O Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) está a treinar os seus futuros engenheiros para aumentarem os ganhos de produtividade em contexto organizacional. A instituição de ensino estruturou um laboratório de simulação e vários laboratórios virtuais onde “criou” empresas que serviram de modelos para que os seus estudantes possam testar formas de produção, cujos ganhos podem atingir os 55%. Tudo como se de uma empresa real se tratasse.
O projeto é inovador e conta com ligações internacionais e vários parceiros industriais de peso como a Siemens, a Volvo e outros académicos, como a Katholieke Hogeschool Gent (Bélgica), Skovde University (Suécia), Rzeszow University of Technology (Polónia) e a Universitatea Transilvânia din Brasov (Roménia). O modelo de aprendizagem segue a filosofia Lean Manufacturing , utilizada pelas grandes multinacionais e cujo método de combate ao desperdício pode fazer aumentar a produtividade até 55 por cento.
Num cenário virtual de uma unidade fabril, serão simulados todos os processos desde a produção à comercialização de um determinado produto. Diz o ISEP que “numa altura de crise este modelo de aprendizagem assume particular relevância já que permite reduzir significativamente o desperdício e, por isso, será também particularmente útil a empresários e não só a alunos”. Na verdade, em Portugal, argumenta a instituição de ensino “existem muito poucos especialistas em Lean Manufacturing, pelo que além dos alunos do ISEP, o curso vai estar aberto a empresários nacionais que ambicionem aprofundar os seus conhecimentos nesta área de gestão”.
Centenas de encomendas, fluxos de materiais e de peças, dezenas de ordens de produção e vários postos de trabalho, serão as condicionantes com que os futuros engenheiros, alunos do Mestrado de Gestão de Processos do ISEP, terão de lidar na gestão diária das suas unidades fabris. “O laboratório de simulação recria o ambiente de uma fábrica, desenvolvendo situações que permitam aos alunos aperceberem-se das dificuldades reais das empresas e da necessidade de métodos de produção eficientes”, adianta a instituição. Para além de promover a ligação entre o instituto e o tecido empresarial, este projeto tem como objetivo reforçar as hipóteses de empregabilidade dos alunos, preparando-os para situações da vida real.
Neste projeto académico estão também envolvidos o Grupo de Investigação GILT e o Departamento de Engenharia Mecânica, bem como um conjunto de empresas entre as quais a Yazaki, Neorelva, JPM, Gonafe, Maismetal, Globemotors, Leica Portugal, Hospital de Santo António, Polisport, Tegopi, Bosch/ Blaupunkt e Efacec.