O optimismo parece estar a chegar ao mercado de trabalho. Segundo dados do Hiring Survey, o inquérito semestral às intenções de contratação das empresas realizado pela empresa de Executive Search MRINetwork, 76% das empresas perspectivam aumentar ou manter o seu número de colaboradores até ao final do ano. Na verdade, o número de organizações que estimam aumentar as contratações subiu dos 13% registados no primeiro semestre do ano, para 32% no segundo.
São as empresas de TI que lideram esta subida nas intenções de contratação, logo seguidas do sector dos Cuidados de Saúde & Farmacêutica, onde 28% das empresas prevêem integrar mais colaboradores. Segundo Ana Luísa Teixeira, country manager da MRINetwork Portugal, “são as empresas entre 51 e 250 colaboradores as que maior peso têm na intenção de novos recrutamentos até ao final do corrente ano, enquanto a maioria das empresas que prevê manter os actuais recursos humanos não excede os 50 colaboradores”.
A responsável enfatiza ainda o facto de 24% das organizações estimarem eventuais reduções no número de quadros, adiantando que a maioria destas empresas opera nos sectores da Construção & Obras Públicas e da Logística. Globalmente, explica Ana Luísa Teixeira, “as prioridades das empresas em matéria de recrutamento e selecção vão para as áreas comerciais (45%) e técnicos altamente especializados (27%)”. Os representantes das empresas foram também questionados sobre o grau de dificuldade que antecipam vir a ter na contratação de profissionais e as funções onde deverá ocorrer mais dificuldade, Neste âmbito, 32% dos inquiridos afirmam não ter dificuldade alguma em encontrar os candidatos adequados às necessidades da sua empresa, enquanto os restantes se dividem quase igualmente entre os que prevêem “grande dificuldade, alguma dificuldade e os que não sabem”. Entre os 71% que não vislumbram quaisquer dificuldades lideram as áreas Farmacêutica, Biotecnologia & Cuidados de Saúde, quanto as Tecnologias de Informação e Comunicação (50%) antecipa algumas dificuldades.
Segundo Ana Luísa Teixeira, “foi com satisfação que constatámos um aumento significativo nas intenções de contratação face ao primeiro semestre deste ano, ainda que face a igual período do ano passado os resultados fiquem abaixo em 11 pontos percentuais”. A especialista confessa contudo que ter alguma preocupação no número de empresas que refere não ter qualquer intenção em identificar e avaliar os seus talentos (63%) ou em desenvolver os seus quadros através de coaching executivo ou de equipas”. Até porque, como refere, “é sobretudo nos momentos de crise que o coaching se mostra como uma ferramenta mobilizadora de mudanças e resultados”.