O domínio de línguas estrangeiras é fundamental para os profissionais atuais. Diversas empresas que se querem internacionalizar ou avançar para novos mercados proporcionam aos seus colaboradores a frequência de línguas estrangeiras, ferramenta essencial para contactos com o exterior. A par de idiomas mais comuns como o inglês, alemão e espanhol, as empresas começam a querer que os seus trabalhadores falem também russo e mandarim.
O Instituto de Línguas da Universidade Nova de Lisboa (Ilnova) ministra cursos de línguas que vão do búlgaro ao farsi, passando pelo mandarim e o turco e tem como público-alvo estudantes, público em geral, empresas e executivos. Luís Pinheiro, administrativo do Ilnova conta que as empresas que recorrem aos serviços deste instituto requisitam cursos de alemão, inglês, espanhol, russo, francês e mandarim. “Na nossa perspetiva procuram estes idiomas por razões económicas e por estarem a abrir filiais nos países de origem destas línguas”. Anualmente o Ilnova é procurado por empresas da área da construção civil, instituições bancárias, do ramo alimentar, entre outras, e no último semestre a procura por parte deste público cresceu, em relação a semestre anteriores.
Para Luís Pinheiro saber línguas estrangeiras “é uma mais-valia, nomeadamente hoje em dia com a troca de informação e globalização existente em que é cada vez mais importante comunicar em diversos idiomas. É uma competência que valoriza bastante um profissional”. Acrescenta que as empresas que recorrem aos cursos do Ilnova o fazem para valorizar competências nos seus recursos humanos e por vezes porque necessitam colocar alguns dos seus quadros no estrangeiro.
No sul do país, o CL-IMT – Centro de Línguas da Universidade do Algarve, já organizou cursos de línguas para várias instituições e empresas, oriundas das mais variadas áreas como hotelaria, turismo, restauração, saúde, direito, negócios e imobiliários. Também aqui a maior procura tem sido maioritariamente pelo inglês e alemão, mas o mandarim começa a ganhar destaque. “Fizemos um primeiro curso de mandarim intensivo de 30 horas em julho que teve muita procura e pensamos em realizar cursos anuais deste idioma, pois sentimos que o tecido empresarial precisa desta língua”, refere fonte do CL-IMT. Numa região como o Algarve, em que o turismo é um sector primordial, o CL-IMT está atento aos visitantes que chegam a esta zona, para adaptar a sua oferta curricular às necessidades da comunidade empresarial local.
“A capacidade de comunicar eficientemente em várias línguas representa uma mais-valia considerável, tanto para os profissionais como para as empresas onde estão inseridos. Poderá possibilitar à empresa a entrada em mercados ainda pouco explorados, potenciar a sua internacionalização, ou ainda melhorar a qualidade do atendimento ao público estrangeiro”, salienta fonte do CL-IMT.
Uma realidade atestada pela consultora multinacional Everis que vê a fluência de idiomas por parte dos seus colaboradores como algo de fundamental. “Os nossos programas formativos prevêem cursos de línguas, a par de outras vertentes. A nossa política de idiomas encontra-se disponível a todos os colaboradores que sintam necessidade e interesse em valorizar-se nessa área”, explica Cláudia Santos Silva, da área de People da Everis Portugal.
As línguas em que mais investem são o inglês, espanhol e italiano. “Em função de uma necessidade específica, nomeadamente para o desenvolvimento de determinados projectos internacionais, investimos também noutros idiomas”, salienta Cláudia Santos Silva. Na sua perspetiva e dado que a Everis desenvolve negócios em diversas geografias, “contar com colaboradores que conheçam os idiomas aí praticados é um grande fator de diferenciação concorrencial. No mundo globalizado em que vivemos, a estratégia de cada empresa passa pela capacidade de prestar serviços em qualquer parte do globo, o que implica necessariamente a capacidade de entendimento em várias línguas”.