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Empreender, mas pouco

16.01.2004


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Ruben Eiras

OS PORTUGUESES são o povo da UE com maior propensão para optar pelo empreendedorismo como via profissional, ultrapassando mesmo o grau de preferência dos americanos. Este é um dos principais resultados de um estudo do Eurobarómetro sobre as atitudes da UE e dos EUA face ao empreendedorismo.


Todavia, quando inquiridos sobre as medidas concretas tomadas recentemente para criar um negócio, mais de 60% dos portugueses responderam que "nunca pensaram no assunto".

Por outro lado, só 12% afirmam que estão a pensar no assunto e apenas 3% estão a dar passos para criar uma empresa. Em contraste, somente 41% dos norte-americanos referiu nunca ter pensado em criar uma empresa e 20% já estão a pensar fazê-lo. Além disso, cerca de 10% estão a dar passos concretos para a criação do seu próprio negócio.

O "gap" entre o querer ser empresário e a tomada de medidas concretas para sê-lo não é novo entre os portugueses. Com efeito, vários estudos recentes têm mostrado que o povo português sobrevaloriza a ligação da imagem social do empresário à conquista de poder e de um maior estatuto social, sem colocar no mesmo patamar a criação de riqueza.

Contudo, Portugal detém taxas de sobrevivência de empresas semelhantes à média da UE e dos EUA. Com efeito, nos últimos três anos, cerca de 2% dos portugueses tornaram-se empresários e 6% já o são há mais de três anos (nesta última categoria, 5% na UE e 5% nos EUA).

Os maiores obstáculos dos portugueses no processo de criação de empresas são a falta de apoio financeiro (84%) e a complexidade dos procedimentos administrativos (86%). E, aparentemente, as empresas de formação podem ter um bom negócio na área do empreendedorismo: 53% dos portugueses estão dispostos a dispensar algum do seu tempo para frequentar cursos de criação e gestão de negócios.

Mas ainda somos a nação que mais sofre com o "fado" do fracasso empresarial: 23% consideram esta eventualidade uma "grande preocupação".





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