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E você, também quer uma carreira global?

Dentro de poucos anos, perto de 50% dos trabalhadores vão pertencer á designada Geração Y. Uma geração que cresceu com a internet, que é cada vez mais difícil de contentar profissionalmente e que tem aspirações à escala global. Uma geração que já não emigra por necessidade, mas sim por vocação e ambição de construir e consolidar uma carreira internacional de sucesso.
28.10.2011 | Por Cátia Mateus


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Em junho Portugal ocupava a nona posição na lista dos 29 países onde os cidadãos demonstravam maior predisposição para mudar de país. O estudo, elaborado pela empresa GfK, não deixa grande margem para dúvidas: 27% dos portugueses em idade ativa estão dispostos a emigrar e o destino não são apenas os designados países emergentes. A prová-lo está a adesão que teve na passada semana a edição 2011 da iniciativa “Dias Europeus do Emprego”, promovida em Aveiro pelo Instituto do Emprego e Formação profissional, em parceria com a Comissão Europeia, com o intuito de divulgar as ofertas de trabalho disponíveis no espaço europeu. Em dois dias, mais de dois mil visitantes foram conhecer de perto as 500 oportunidades disponíveis. Reino Unido, Alemanha, França e Suíça foram os países com mais destaque nesta mostra de oportunidades.

Um interesse comprovado também pelos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) que aponta para que em 2010 cerca de 30 mil portugueses tenham emigrado. O Observatório da Emigração admite que este número possa ser muito superior e tenha alcançado mesmo os 70 mil. Mas estatísticas à parte, quando a meta é internacionalizar, o primeiro passo é perceber se está preparado para o desafio, o que ele implica, o que vai encontrar no país de destino e que ambições pessoais e profissionais tem. Uma autoanálise que pode fazer toda a diferença antes da partida. É preciso que perceba que mudar de país, mesmo com todas as garantias, condições e segurança, gera mudanças profundas na vida de qualquer profissional. Esta é uma mudança que tem de ser muito bem preparada.

O primeiro cuidado que deve ter é retirar o maior número de informações possíveis sobre a empresa para onde vai, caso vá para uma empresa que não conhece. Importa perceber, por exemplo, o histórico da empresa, a sua dimensão, a política que tem com os colaboradores, a imagem que tem perante a comunidade local. Se vai mudar de país, este pequeno passo pode aumentar em muito a segurança com que o vai fazer e minimizar o risco de chegar lá e ver as suas expectativas goradas seja a título profissional mas também pessoal. Certifique-se que a empresa é honesta e não há queixas sobre ela. Se vai para um país do Espaço Económico Europeu (todos da União Europeia, Liechtenstein, Islândia e Noruega) ou Suíça, informe-se junto da Eures, rede criada pela Comissão Europeia e serviços públicos de emprego. Se tiver como destino outros países, contacte as respetivas câmaras de comércio, embaixadas e consulados em Portugal.

Outro fator que deve considerar são as condições salariais que lhe são oferecidas e compará-las com o custo de vida do país para onde vai. Mais do que saber quanto lhe vão pagar e que benefícios extra salariais lhe oferecem, há que perceber se estes valores correspondem aos praticados naquele mercado e cobrem o custo de vida local. Se viajar com a sua família, terá de pensar também na escola dos seus filhos e nas condições de vida que lhes poderá oferecer.

Certifique-se que trata de toda a documentação legal necessária para trabalhar noutros países, como os vistos, e também se é necessário algum plano especial de vacinação. Depois, interiorize a ideia de que em Roma terá mesmo de ser romano e que o sucesso desta missão passa também pela sua capacidade de se adaptar ao novo país, à sua cultura, costumes e gentes.

Outros países e oportunidades:

Noruega ‘desinquieta' profissionais portugueses
Os profissionais portugueses que estejam dispostos a adaptar-se a uma realidade substancialmente diferente da sua, podem encontrar excelentes oportunidades de trabalho na Noruega, sobretudo se a sua formação for em engenharia. A Noruega faz parte do novo leque de países que parece estar a despertar para o potencial técnico dos profissionais portugueses. Com um salário médio que é cerca de o dobro do praticado em Portugal, um mercado de trabalho dinâmico e uma carência de técnicos qualificados, sobretudo na área das engenharias, a Noruega apresenta-se, cada vez mais, como um dos países a considerar para os que aspiram a uma experiência além-fronteiras. Com uma área de 385 mil quilómetros quadrados e uma população de cinco milhões de habitantes, o país é o maior produtor per capita de petróleo e gás natural fora do Médio Oriente e valoriza profissionais proativos com perfis altamente empreendedores.

Alemanha gera novas oportunidades
Há cem mil ofertas de emprego disponíveis na Alemanha. O país é a nova terra de oportunidades para muitos portugueses, sobretudo os licenciados em turismo, hotelaria, enfermagem e engenharia. Só a Bosch quer contrata nos tempos mais próximos cerca de 200 engenheiros para suprir a sua carência de perfis técnicos qualificados nesta área. Com um crescimento económico na ordem dos 3,6% e um claro défice de quadros, o país tornou-se um alvo de eleição para muitos portugueses, sobretudo quando um profissional qualificado pode facilmente auferir mais de 3000 euros mensais. Consciente do crescente interesse que este mercado tem para os portugueses, o Instituto de Emprego e Formação Profissional português estabeleceu recentemente com o seu congénere alemão um protocolo para facilitar o recrutamento de profissionais.

Executivos lusos sonham com o Brasil
A proximidade linguística, a cultura e o calor do povo brasileiro estão a tornar-se cada vez mais atrativos para os profissionais portugueses de topo. Mas aquilo que está mesmo a fazer a diferença é a crescente dinâmica da economia brasileira que está atrair cada vez mais gestores portugueses para empresas no país irmão. Um estudo recente da Boyden comprova-o. O Boyden Executive Outlook revela que o Brasil está na dianteira do recrutamento de executivos, oferecendo condições muito aliciantes. A remuneração de um gestor de topo em São Paulo é, por exemplo, bem mais elevada do que a que oferecem empresas em países como Londres ou Nova Iorque. Mas as oportunidades não são só para quadros de topo. No marketing, na engenharia, no turismo e até na saúde à oportunidades para portugueses que queiram fazer carreira neste país sempre em festa.



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