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De Portugal para o mundo com conhecimento na bagagem

De Portugal para o mundo com conhecimento na bagagem

O português é o terceiro idioma mais falado no Parlamento Europeu, superando até o espanhol. Mas a um português que queira triunfar no mercado de trabalho ou aproveitar em pleno as oportunidades de carreira geradas no mercado cada vez mais internacional, a primeira exigência que se faz é que domine vários idiomas. Com efeito, as exigências crescentes do mercado de trabalho deram um novo sentido ao conceito “na ponta da língua”. Numas profissões mais do que noutras, quem não sabe comunicar em vários idiomas, tem os caminhos profissionais muito limitados, seja na progressão ou na remuneração.
07.02.2013 | Por Cátia Mateus


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Basta folhear as páginas dos jornais, consultar os principais sites de emprego ou até chegar a uma situação de entrevista para perceber que se há requisito obrigatório para a generalidade das funções, setores de atividade ou dimensão das empresas, é o domínio de outros idiomas. E não é preciso aspirar a trabalhar para uma multinacional para ter obrigatoriamente de saber falar outras línguas. É que abertura aos mercados internacionais é cada vez mais a regra para as pequenas empresas portuguesas que procuram triunfar na crise e para os profissionais que querem fintar as elevadas taxas de desemprego nacionais. E a receita parece garantir o sucesso. Um estudo recente do PageGroup comprova que em algumas áreas profissionais, como a engenharia, saber idiomas não só abre portas como é garantia de melhores remunerações. No panorama atual, os profissionais necessitam de apresentar características distintivas às empresas. Experiência, formação, conhecimentos são fatores chave na hora de definir perfis, mas Álvaro Fernandez, diretor geral do PageGroup não hesita sequer em referir que “o domínio de um ou mais idiomas é um requisito fundamental para aceder a muitos postos de trabalho”. Segundo um estudo conduzido pela empresa de consultoria de recrutamento especializado que lidera, 75% dos profissionais qualificados portugueses dominam a língua inglesa, que assume a posição de idioma estrangeiro mais falado, mas desses apenas 42% possuiu alto nível de fluência no idioma e somente 3% é bilingue. O espanhol é segundo a consultora o segundo idioma mais falado. Cerca de 28% dos portugueses falam espanhol, mas apenas 12% dos profissionais é fluente ou bilingue no idioma. O francês surge na lista do PageGroup como o terceiro idioma mais falado pelos profissionais portugueses. Ao todo, 18% dos candidatos a um emprego em Portugal declara dominar este idioma, ultrapassando largamente o alemão que só é falado por 3,7% dos portugueses. No caso do francês, o relatório da consultora revela que 5,6% têm elevado nível de domínio da língua e somente 1,8% são biligues. Segundo Álvaro Fernandez, o investimento na aprendizagem séria e consistente de um novo idioma é cada vez mais um elemento de extrema relevância no currículo profissional e o líder do PageGroup reconhece que este domínio de idiomas é mesmo vital em algumas áreas profissionais. As tecnologias de informação são o exemplo mais claro. “Segundo os dados que temos, 85% dos perfis informáticos falam inglês, seguindo-se os financeiros, com 83% dos candidatos a dominar o idioma e os perfis de marketing, com uma percentagem de 73%”, explica o diretor geral do PageGroup, adiantando ainda que nas áreas comerciais, 69% dos profissionais também dominam o inglês. Já no francês as percentagens são inferiores. “Três em cada dez comerciais apresentam um nível alto de francês, logo seguidos pelos financeiros (25%) e pelos informáticos (23%)”, acrescenta. Para Álvaro Fernandez “há cada vez mais empresas a expandir o seu negócio para o estrangeiro, necessitando por isso de dotar os seus profissionais com um alto conhecimento de idiomas”. O especialista reconhece a aposta de um número crescente de organizações na criação de condições para que os seus profissionais aprendam ou aperfeiçoem outras línguas e adianta que “a grande competitividade do mercado laboral reflete-se num maior esforço por parte dos candidatos na hora de acrescentar um factor diferenciador para as empresas e para os negócios”. Um fator que reside, cada vez mais, na sua capacidade de abordar novos mercados. Os engenheiros são disto um exemplo, ou não fossem dos perfis mais procurados por empresas estrangeiras em matéria de recrutamento. António Costa, manager do PageGroup para a área de Engineering & Property, confirma que “a oferta de emprego emprego em engenharia segue tendências do passado. Regista-se uma diminuição do número de ofertas em Portugual e um aumento a nível internacional”. Com a taxa de emigração a aumentar consideravelmente entre os engenheiros portugueses, a fluência em vários idiomas não só é uma tendência crescente, como há muito já se tornou obrigatória para os profissionais da área. E o retorno deste investimento de aprendizagem parece estar garantido. Nesta área, o domínio perfeito do francês e da alemão é muito valorizado. Recorde-se só no ano passado, as empresas alemãs recrutaram em Portugal centenas de engenheiros. Na maioria dos casos, a prioridade de contratação ia para os profissionais que dominassem o idioma. Mas no casos em que tal não acontecesse, as empresas estavam dispostas a pagar os cursos de aprendizagem aos novos colaboradores contratados. De acordo com o estudo conduzido pelo PageGroup, “o principal motivo para o recrutamento de empresas estrangeiras em Portugal prende-se com os conhecimentos técnicos, a facilidade de adaptação a novas culturas e de domínio de novos idiomas”. Para António Costa, a aposta prévia da aprendizagem de línguas estrangeiros pode conduzir inclusive a incrementos salariais significativos, uma vez que abre portas a mercados mais competitivos. Numa altura em que 80% da faturação das empresas de construção nacionais já se faz em mercados estrangeiros, há muita procura de engenheiros civis para África e Médio Oriente. Mas são os engenheiros mecânicos e eletrotécnicos que continuam a recolher o maior número de ofertas em Portugal e no estrangeiro, a par com as áreas das tecnologias de informação. Aceitar uma oportunidade internacional, que exige um bom domínio de idiomas, pode representar salários entre os 30 mil e os 70 mil euros mensais. Países e idiomas de oportunidade O português está na moda e há cada vez mais estrangeiros a querer aprender a língua. Mas em Portugal, os profissionais estão de olhos postos nos mercados que geram maior número de oportunidades laborais e nos idiomas que ai se falam. Dominar o inglês, o francês, o alemão e o espanhol, já é uma opção comum para os portugueses, tanto mais que estes são de facto os idiomas que abrem o maior número de portas para os profissionais que procuram oportunidades além-fronteiras. Mas para os mais arrojados nas opções, há outros idiomas que convém não descartar. O gosto pelo Mandarim já não é novidade para os portugueses que nos últimos anos têm procurado iniciar-se naquela que é a língua de uma das maiores potenciais económicas mundiais. Os especialistas de recrutamento reconhecem mesmo que um gestor que domine inglês e mandarim, tem possibilidades salariais 50% superiores ao que ganharia sem falar ambos os idiomas. Mas a par com este idioma, têm aumentado também a procura pela aprendizagem de russo e árabe. Em Portugal a oferta ainda é pouca nesta área, mas são cada vez mais os profissionais de olho nestas duas opções, à medida que as empresas nacionais também vão internacionalizando para estes destinos. Dados recentes da Câmara de Comércio e Indústria Árabe-Portuguesa davam conta da existência de um número estimado de seis a sete mil portugueses a trabalhar em países árabes. Aqui, dominar inglês e francês é importante mas já não chega, uma vez que muitos empresários árabes dominam apenas a sua própria língua e é nela que fecham negócios.


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