Menos vagas e maior atenção ao potencial de empregabilidade dos cursos, é o cenário com que se deparam este anos os candidatos ao ensino superior. O prazo de candidaturas da primeira fase do concurso arrancou esta semana, e até 7 de agosto o foco de milhares de jovens portugueses estará na decisão de escolher o seu futuro. A Direção Geral do Ensino Superior realça que “as instituições seguiram orientações fixadas pelo Ministério da Educação e Ciência, tendo em vista a regulação da oferta através da empregabilidade e da procura efetiva”. Há 50.555 vagas, menos 265 do que em 2014 e quase três mil a menos do que em 2011. A maior redução do número de vagas disponíveis foi realizada em cursos cujas taxas de desemprego superaram nos últimos anos os 10%. Mas ainda assim, na hora de avaliar as oportunidades, ponderar o futuro e formalizar a candidatura, a racionalidade e objetividade devem estar presentes. E saiba que há no país cursos com desemprego zero. A Medicina continua a liderar esta tabela, mas há outras opções em áreas onde Portugal até tem carência de profissionais.
De acordo com as estatísticas divulgadas pela Direção Geral do Ensino Superior, 9153 alunos concorreram, no primeiro dia, a uma vaga nas universidades e politécnicos nacionais. O número contrasta com a redução do número de vagas e até de candidatos que tem vindo a ser prática nos últimos anos, potenciada não só pela situação económica nacional, mas também pelas elevadas taxas de desemprego entre jovens licenciados em Portugal, que de algum modo afastam os candidatos do investimento numa formação superior. Entre os cerca de 1.300 cursos em funcionamento nas universidades e politécnicos nacionais em 2013/2014, só pouco mais de 2,3% não tinham nenhum diplomado à procura de trabalho, através do Centro de Emprego. Os dados são do Ministério da Educação e Ciência (MEC) que, para apoiar os alunos numa escolha informada e consciente do potencial de empregabilidade dos vários cursos, tem disponível online e a partir de aplicações móveis, a plataforma Infocursos (em http://infocursos.mec.pt). Saber ponderar o curso, é o melhor caminho para realizar um investimento financeiro e pessoal seguro em matéria de formação superior.
Ainda há cursos com desemprego zero
A Direção-Geral de Estatística da Educação e Ciência (DGEEC) disponibilizou recentemente a lista de cursos e escolas com maior taxa de empregabilidade. Medicina (na Universidade de Lisboa, na Universidade de Coimbra, na Universidade Nova de lisboa, no Instituto Abel Salazar do Porto, na Universidade da Beira Interior e na Universidade do Minho) lidera uma lista de onde também fazem parte o curso de Enfermagem na Universidade dos Açores que entre 2009 e 2013 formou 152 alunos e não tinha nenhum inscrito no centro de emprego, no final do ano passado. Engenharia Informática, na Universidade da Madeira, Relações Públicas e Comunicação, na Universidade dos Açores, Informática, no Politécnico de Santarém, Física, na Universidade do Porto e em Coimbra ou Línguas e Culturas Orientais, na Universidade do Minho, são alguns dos cursos com índice zero no desemprego registado.
No outro lado da balança e contrastando com a empregabilidade total de Medicina, estão a Engenharia Civil, alguns cursos de Economia e a Arquitetura, como os cursos que mais diplomados conduzem aos centos de emprego. Segundo os dados da DGEEC, o mais problemático é mesmo a Engenharia Civil que lidera o número de inscritos nos centros de emprego, numa lista de 50 cursos cuja empregabilidade é difícil. A crise do sector da construção que nos últimos anos ganhou escala em solo nacional poderá ter contribuído para este cenário, comum também à Arquitetura, e que não fica também indiferente à crise em Angola que tem afetado o negócio de muitas construtoras nacionais. O bastonário da Ordem dos Engenheiros, Carlos Matias Ramos, reconheceu recentemente um afastamento gradual dos jovens desta área de formação que poderá a médio prazo colocar ao país um problema de falta de profissionais qualificados no sector. Em 2013/2014 estavam inscritos no ensino superior 251.404 alunos. A maioria, 52.5%, era eram raparigas e só em 23 cursos a maioria dos alunos tinham sido colocados na sua primeira opção.