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Currículos que abrem portas

Currículos que abrem portas

Que um bom currículo pode fazer milagres no processo de recrutamento já há muito se sabe. O que muitos agora começam a perceber é que o conceito de “bom currículo” está cada vez mais longe de se resumir ao tradicional documento em modelo Europass. A ERA do audiovisual chegou.
06.10.2011 | Por Cátia Mateus


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Matthew Epstein ficou famoso ao delinear aquilo que pensou ser uma estratégia imbatível para integrar a equipa da Google. O norte-americano investiu cerca de 800 euros para criar um currículo que rapidamente se tornou um fenómeno mundial na internet. Encarnando a personagem de um multimilionário, o estratega vai dando a conhecer as suas virtudes profissionais e as razões pelas quais a Google jamais o poderia deixar escapar, com muita excentricidade à mistura. Googlepleasehire.me (Google contrata-me, por favor!) é o domínio que registou e chamou a atenção não apenas do gigante tecnológico, mas também das suas concorrentes. Dois dias depois já somava pelo menos três entrevistas com algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo. É um facto que os currículos vídeo estão na moda e que rasgos de criatividade como este, tendem a crescer em momentos de adversidade e quando a concorrência é muita. Mas os especialistas em recrutamento alertam para o perigo dos excessos. Numa altura em que milhares de portugueses se debatem com a falta de oportunidades laborais, marcar a diferença junto de quem recruta é importante mas há que ter cuidado para que a originalidade não signifique uma perda de profissionalismo. Conscientes desta tendência, Leonor Gomes e Diogo Braz criaram em Portugal a marca CVfilm que surgiu para apoiar os candidatos no processo de procura de emprego, mas de forma criativa. Aqui, a equipa parte do conhecimento do candidato a emprego através de uma entrevista realizada pelos consultores da marca e presta-lhe um serviço completo que integra o aconselhamento personalizado - sobre a imagem que deve transmitir aos responsáveis pela seleção, que atitude ter no momento da entrevista, que comportamento deve aperfeiçoar, para que perguntas deve estar preparado na entrevista - e a produção de uma versão audiovisual do seu currículo profissional. Muito em voga noutros países há já algum tempo, o currículo vídeo só agora começa a ganhar protagonismo junto dos maiores recrutadores nacionais. Um terreno que tem vindo a ser conquistado com algum esforço. É que apesar desta técnica de apresentação ao mercado de trabalho ser um sucesso generalizado no mundo inteiro e uma tendência inquestionável, as empresas portugueses ainda mantinham algumas reticências. “Tecnicamente, as empresas estão preparadas para integrar os currículos vídeo nos seus processos de recrutamento, mas culturalmente, ainda é necessária uma adaptação a novas e inovadoras formas de seleção”, argumenta Diogo Braz, sócio da CVfilm. A empresa que lidera entrou no mercado em maio deste ano e tem recolhido o interesse do público, contando já com alguns clientes que percebem o potencial desta nova forma de se darem a conhecer ao mercado. Um potencial que para Leonor Gomes tem de ser bem utilizado e de forma muito profissional para não cair em exageros. A sócia da CVfilm, relembra que a tentativa de fazer isto de uma forma lúdica e sem rigor profissional pode causar danos à imagem do profissional. Diz que os cuidados a ter para realizar um currículo vídeo eficiente, “fazem parte do segredo do negócio”, mas lá vai acrescentando que “a utilização errada da imagem pessoal, a apresentação de forma errada da pessoa e a má qualidade de produção dum vídeo, podem ter um efeito contrário ao desejado e serem prejudiciais ao candidato”. Entre os benefícios desta utilização das plataformas audiovisuais ao serviço do recrutamento estão, para os candidatos, ”a oportunidade de apresentar características e competências pessoais, agregando-lhes a sua imagem e voz e podendo evidenciar outras competências como o domínio de vários idiomas”, esclarece Diogo Braz. Para quem recruta, as vantagens estão sobretudo ao nível do tempo associado ao processo de seleção, que passa a ser menor. “O currículo vídeo permite ainda que o recrutador destaque mais facilmente os candidatos com o perfil pretendido para a função que querem preencher e possibilita a análise prévia de alguma expressão e linguagem não-verbal, que o CV tradicional não permite fazer”, enfatiza Leonor Gomes.


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