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Como negociar o seu salário no próximo ano?

Não vale a pena mentir. Em tempo de adversidade económica é mais difícil conseguir aumentos salariais. Mas difícil, não quer dizer inatingível.
13.10.2011 | Por Cátia Mateus


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Se pedir claramente um aumento ao seu chefe faz parte dos seus planos para o próximo ano, talvez seja melhor repensar a sua decisão ou preparar-se estrategicamente para o fazer da melhor forma. Com o FMI e os planos de austeridade a fazerem os portugueses apertar o cinto, a expressão “aumento” poderá soar ofensiva para muitos empregadores. Contudo, nem tudo é sombrio. Saiba que, o seu vencimento pode não crescer em euros mas a estratégia de retenção de quadros de muitas empresas passa agora por dar outros complementos aos colaboradores. Os resultados do último Mercer Total Compensation Portugal, revelam que cerca de 23% das 292 empresas portuguesas inquiridas congelou os salários para toda sua estrutura, mas 21% declaram, por exemplo, comparticipar a educação dos filhos dos colaboradores e 26% atribuem empréstimos aos seus funcionários. Indícios que provam que, cada vez mais, a remuneração vai muito além do salário. O estudo da consultora analisou 94.222 postos de trabalho no país e numa previsão para 2012 aponta para um aumento do incremento salarial médio entre 1,27% e 1,61%. Diretores gerais e administradores terão os menores aumentos, por oposição aos administrativos e operários que terão maiores incrementos salariais no próximo ano. Segundo Tiago Borges, Senior Associate da Mercer “as organizações, condicionadas pela evolução da situação económica no país e nos mercados cada vez mais globais onde atuam, têm demonstrado um crescente foco no reposicionamento das suas políticas de RH, particularmente, nas práticas de compensação e benefícios adotadas”. O especialista acrescenta que “o foco das organizações, em períodos de contração económica, está centrado em medidas de controlo de custos e de curto prazo, como congelar ou limitar os incrementos salariais e com a diminuição do potencial da remuneração variável, mas prevê-se que possa passar a estar mais centrada na competitividade da compensação total oferecida aos colaboradores, à medida que as perspetivas económicas evoluam”. Entre os principais benefícios atribuídos pelas empresas estão os Complementos de Subsídio ou Doença, o Plano Médico, o Seguro de Acidentes Pessoais e Vida, os Planos de Pensões, os dias extra de Férias, Subscrições de Associações Profissionais ou Desportivas, a Comparticipação na Educação ou os Empréstimos e Adiantamentos a funcionários, que aumentaram em 2011. Mas segundo a Mercer há fatores determinantes para aceder a estes benefícios. Os resultados individuais do colaborador são apontados por 76% das empresas como fator-chave. Logo a seguir estão os resultados globais da empresa (67%) e a inflação (60%). E como diz o velho ditado: não tem aumento quem quer, mas quem merece. Logo, é fundamental prepara-se para pedir aumento ou negociar incrementos salariais com o seu chefe este ano. A primeira regra é olhar para os seus pares e perceber qual o salário e as compensações que estão a ser praticadas no mercado. Depois, deve perguntar-se se profissionalmente você merece o aumento que quer pedir. Se o seu desempenho não é favorável ou se a empresa atravessa uma fase difícil, então não é prudente falar em aumentos. Preparar os seus argumentos para abordar as chefias e agendar uma reunião são os passos a seguir. Se quer mesmo ser aumentado terá de fazer um excelente marketing pessoal e evitar utilizar argumentos como a assiduidade ou a pontualidade, porque ambas são obrigações suas logo à partida. Seja claro, seguro e confiante, não faça rodeios e diga diretamente o que pretende. Jamais faça bluff. Honestidade é tudo.


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