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Autoconfiança gera emprego

Um estudo nacional, conduzido por uma docente do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP), foi mais longe na avaliação dos fatores-chave para a empregabilidade. A investigação conduzida por Diana Aguiar Vieira não deixa margem para dúvidas: “os jovens que confiam em si têm melhores empregos”.
01.07.2011 | Por Cátia Mateus


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Há muito que se fala numa nova tendência, emergente entre os principais recrutadores do mercado nacional e internacional, que desvaloriza a média de final de curso e o currículo em detrimento de outros fatores, hoje considerados mais determinantes para contratar o candidato ideal. Diz-se que para alcançar o sucesso é importante uma postura proativa e empreendedora e que ser escolhido entre muitos para integrar uma organização de topo depende mais de fatores como a experiência de estudar além-fronteiras, a prática desportiva ou de atividades de voluntariado, do que propriamente do tempo investido a estudar para ter boas notas. Depois desta inversão à forma como se devem os candidatos posicionar para conseguir um emprego de sonho, surge agora outra. Autoconfiança é tudo! A autora do estudo vencedor da 6ª edição do Prémio Agostinho Roseta, na categoria de Estudos e Trabalhos de Investigação, atribuído pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional, Diana Aguiar Vieira revela que “os jovens com maior confiança na própria capacidade para executar diversos comportamentos de procura de emprego e adaptar-se ao contexto de trabalho, passam menos tempo à procura de emprego e têm maior facilidade em arranjar um bom lugar no mercado de trabalho”. Para alcançar estas conclusões, a autora - que é docente do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto - acompanhou um grupo de cerca de 500 alunos, na fase de conclusão do curso e durante o seu processo de abordagem e entrada no mercado de trabalho. Explica a autora que “foram realizados dois estudos ao longo do percurso académico e profissional dos finalistas do Instituto Politécnico do Porto, em dois momentos de avaliação distintos: uma primeira fase junto de alunos que se encontram a frequentar o último semestre dos respetivos cursos e, uma segunda fase, cerca de um ano depois”. Os resultados evidenciaram, como refere Diana Aguiar Vieira, que a autoeficácia e os objetivos traçados influenciam positivamente o sucesso na transição do mundo académico para o mercado de trabalho. E segundo a docente, há outro dado de extrema importância neste contexto: a envolvente familiar. Família está base da autoconfiança “A família e os professores são elos fundamentais para que os jovens alcancem este sentimento de confiança”, defende a autora do trabalho de investigação. Para Diana Aguiar Vieira, estes dos intervenientes - o contexto académico e o familiar - não só são importantes na configuração das trajetórias académicas e profissionais, como também no desenvolvimento desta autoconfiança e vontade de progressão. Parâmetros cada vez mais importantes num mercado trabalho global e competitivo onde, há muito, o recrutamento não se faz apenas a uma escala nacional mas também além fronteiras. Acreditar em si e nas suas capacidade de aprendizagem e evolução é, em muitos casos, meio caminho andado para mostrar a quem recruta que é “a pessoa certa no lugar certo”. O estudo de Diana Aguiar Vieira - “Perspetiva sociocognitiva da transição do ensino superior para o trabalho: a influência da autoeficácia e dos objetivos numa transição vocacional” -, que foi também a sua tése de doutoramento, foi realizado sob a orientação do Prof. Doutor Joaquim Luís Coimbra, na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.


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