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Angola na rota da excelência

Angola na rota da excelência

O número de projetos de investimento estrangeiro em Angola registou em 2013 um ligeiro abrandamento face ao ano anterior, mas ainda assim o país é apontado como um dos locais mais atrativos por muitas empresas. A entrada de multinacionais estrangeiras em Angola gerou alterações de fundo no mercado de trabalho local e também nos requisitos que as empresas angolanas colocam hoje às novas contratações que realizam. O país continua a precisar de profissionais mas já só quer os altamente qualificados.

30.05.2014 | Por Cátia Mateus


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Angola foi entre 2003 e 2013 uma das economias de maior crescimento, com o PIB nacional a evoluir a uma média de 11% ao ano. Nos últimos anos, inúmeras empresas estrangeiras investiram em Angola e inúmeros profissionais, entre os quais centenas de portugueses, rumaram ao território. Apesar de segundo um relatório da Ernst & Young o país ter registado um ligeiro recuo no último ano em matéria de investimento estrangeiro, Angola continua a posicionar-se como uma economia muito atrativa para empresas internacionais, em muito devido aos investimentos que o Governo está a realizar no território em matéria de infraestruturas. Um dos efeitos visíveis da aposta de empresas internacionais no território, com distintos padrões de gestão, é a alteração do perfil de profissionais que o país atualmente recruta que são tendencialmente mais qualificados.

Rumar a Angola à procura de melhores oportunidades profissionais em funções com poucas qualificações poderá já não ser tarefa fácil. O país elevou a fasquia e quer tornar-se competitivo também pela excelência dos seus profissionais. “Há uma maior exigência por parte das empresas angolanas no recrutamento de candidatos”, assume Pedro Martins, manager da Michael Page Engineering & Property. O especialista enfatiza a existência de oportunidades para profissionais portugueses em Angola mas reconhece o reforço de uma cultura de exigência e metido que o tecido organizacional local desenvolveu nos últimos anos, muito por força da replicação dos modelos de gestão das inúmeras multinacionais que se têm instalado no território. Segundo Pedro Martins, “as empresas angolanas têm estado a optar por profissionais mais qualificados e com forte disponibilidade para residir no estrangeiro”. O líder da Michael page Engineering & Property enfafiza que “como estas empresas já recrutaram profissionais com fortes competências técnicas no passado, conseguiram criar conhecimento a nível local e formar segundas linhas, pelo que a seleção se tornou mais rigorosa do que era há três ou quatro anos”.

Engenharias (sobretudo perfis muito técnicos que tenham já estado ligados a projetos de dimensão nacionais e internacionais) e áreas financeiras figuram atualmente entre os setores que geram maiores oportunidades profissionais em Angola. “Os quadros portugueses continuam a ser procurados” em linha com o que acontece noutras economias emergentes, reforça Pedro Martins adiantando que “além de terem um excelente nível de qualificação, têm uma muito boa capacidade de adaptação e um elevado nível de conhecimento de idiomas estrangeiros”. O país procura sobretudo quadros qualificados, com capacidade para liderar projetos de grandes dimensões e perfis técnicos com vasta experiência profissional. “Existem ainda áreas com défice ao nível de qualificação de recursos humanos que procuram profissionais portugueses para apoiar na formação e dar seguimento a projetos”.

Estranhamente, a evolução salarial praticada pelas empresas angolanas não acompanhou o aumento do seu grau de exigência em matéria de qualificações. Nos últimos anos, reforça Pedro Martins, assistiu-se a uma evolução salarial negativa no país. “Os níveis salariais decresceram nos últimos três anos e um profissionais que parta hoje para trabalhar em Angola não irá encontrar condições salariais tão boas como encontraria há alguns anos atrás”. Nas áreas mais procuradas – Engenharia e Finanças – poderemos estar hoje a falar de salários mensais entre 4000 e 5500 dólares (entre 2900 e 4000 euros), com alojamento e alimentação garantidos.



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