Eurostat aponta perspetivas favoráveis a Portugal em matéria de crescimento até 2015, mas ainda assim a radiografia ao mercado de trabalho português realizada pela empresa especializada em soluções de melhoria da vida dos trabalhadores, Edenred, espelha os impactos que a crise gerou e continua a gerar nos profissionais portugueses. A empresa conduziu um estudo europeu junto de 8800 trabalhadores (800 dos quais em Portugal) para avaliar o seu grau de motivação e as suas preocupações no que à vida profissional diz respeito. Em Portugal, concluiu que 89% dos portugueses sentem que trabalham demais e 62% estão preocupados em manter o seu atual emprego.
Segundo o relatório, “em Portugal, os indicadores de confiança do barómetro (futuro coletivo, futuro individual) continuam baixos e a preocupação com o desemprego mantém-se bem marcada”. O país regista também a taxa mais baixa dos países da Europa do Sul no que diz respeito à satisfação com o nível do poder de compra. Os dados da Edenred apontam para que 85% dos portugueses estejam insatisfeitos em relação ao seu poder de compra atual, mas ainda assim 56% declaram nunca ter considerado sair da empresa onde atualmente trabalham.
Uma elevada percentagem dos 800 profissionais portugueses inquiridos (72%) reconhecem mesmo que será difícil encontrar um emprego comparável ao atual no caso de perderem o atual. A preocupação salarial ocupa 26% dos profissionais e apenas 39% se dizem otimistas em relação ao sei futuro profissional no seio da empresa onde trabalha. Entre os inquiridos não há grandes demonstrações de motivação profissional. Só 7% consideram sentir-se mais motivados e 35% assumem mesmo que a sua motivação está a diminuir.