A excepção tornou-se a regra. Três quartos das empresas portugueses parecem estar rendidas ao trabalho flexível e ofercem aos seus funcionários esta opção. Segundo uma pesquisa conduzida pela empresa de soluções de espaço de trabalho Regus, “a maioria das empresas portuguesas está a descobrir que o trabalho flexível lhes traz grandes benefícios”. No top desta lista estão o aumento da produtividade dos colaboradores, a redução das despesas e umamelhoria do equilibrio entre a vida profissional e familiar dos trabalhadores.Elementos que se têm revelado vitais para que este modelo de trabalho conquiste cada vez mais adeptos em território nacional.
A prática é há muito comum noutros países da Europa, mas em Portugal só agora parece estar a reunir fortes adeptos quer por parte das empresas quer do lado dos trabalhadores. A Regus que se especializou no fornecimento de soluções inovadores de espaço de trabalho, conduziu este inquérito junto de 17 mil organizações, em 80 países. Os resultados para Portugal são, segundo Paulo Dias, diretor geral da empresa para a Região EMEA, bastante expressivos e reveladores. São já 76% as empresas portuguesas que fomentam este tipo de trabalho entre os seus colaboradores. Uma percentagem que ainda está um pouco longe dos 81% alcançados globalmente, mas que segundo o especialista já é muito satisfatória.
“O facto do trabalho flexível ser tornado regra é uma boa notícia para todos”, acredita Paulo Dias. O líder da Regus enfatiza que “do empregador ao funcionário, das famílias à sociedade em geral, passando até pelo meio ambiente, todos podem beneficiar com este modelo de trabalho”. O especialista argumenta ainda que “pela primeira vezm um relatório global baseado nas respostas de 17 mil inquiridos, apresenta um cenário real dos benefícios gerados pela flexibilidade”.
Em Portugal, dois terços das empresas que oferecem trabalho flexível indicam que os seus funcionários têm um equilibrio entre a vida pessoal e profissional significativamente melhor, o que aumenta a satisfação e a motivação. Metade dos inquiridos a nível nacional aponta claros aumentos da produtividade dos colaboradores e um quarto diz que esta modalidade os ajuda a optimizar o trabalho de forma célere e capaz de lidar com índices rápidos de crescimento. O relatório refere ainda que “mais de um um terço das empresas sente também que esta política as ajuda a aceder a um conjunto de competências mais amplo entre o seu leque de profissionais”.O inquérito, realizado pela organização independente MarketingUK, durante o mês de fevereiro deste ano, revela ainda que apesar dos números favoráveis alcançados, a confiança continua a ser o maior de todos os obstáculos para que muitas empresas invistam nesta forma de trabalho.
Paulo Dias refere que “38% das empresas portuguesas apenas colocam o privilégio de trabalharem neste modelo aos profissionais mais séniores”. O líder da Regus para a Região EMEA alerta para o facto de que “ao atribuir o direito à flexibilidade com base na antiguidade, algumas empresas estão a perder grandes oportunidades e podem mesmo alienar os novos talentos que se esforçam tanto por atrair”.
O diretor-geral acrescenta ainda que “com estudos que provam que a produtividade aumenta quando se concede aos funcionários algum nível de flexibilidade, é decepcionante ver que algumas empresas permitem que questões de confiança as impeçam de flexibilizar o trabalho de todos os funcionários”. O especialista reconhece que esta possibilidade de trabalho que permite, por exemplo, uma maior conciliação com a vida familiar, poderá vir a crescer mais no futuro à semelhança do que é prática noutros países.
O inquérito da Regus foi realizado com recurso à base de dados da empresa que engloba organizações com mais de um milhão de profissionais em todo o mundo. Empresas como os gigantes Google, GlaxoSmithKline ou a Nokia figuram entre a carteira de clientes desta empresa que tem como área de atuação a optimização das plataformas dos seus clientes, de modo a possibilitar que os colaboradores desenvolvam a sua atividade de forma flexível a partir de casa, em viagem ou em escritórios virtuais, sem prejuízo da profutividade ou da sua vida pessoal.