O desemprego voltou a bater todos os records em Portugal. No mês de Abril, o país registou a quinta taxa de desemprego mais elevada da Europa alcançando a fasquia dos 10,8%. Paralelamente, os dados do Eurostat referem que Portugal, a par com Espanha, foi mesmo o país a registar a maior subida mensal de toda a União Europeia. Dados preocupantes numa altura em que a ministra do Trabalho, Helena André, já esperava poder constatar uma descida nos números do desemprego.
À luz dos dados do gabinete de estatística da União Europeia, Portugal arrancou para 2010 com uma taxa de desemprego de 10,4% (em Janeiro e Fevereiro), subindo para os 10,6% logo em Março e para 10,8% em Abril. Uma percentagem que contrasta com a registada em 2009, altura em que a taxa de desemprego rondava os 9,2%.
Este agravamento apurado pelo Eurostat, surpreendeu o secretário de Estado do Emprego Valter Lemos tanto mais que surge depois de um trimestre marcado por sinais de uma tímida recuperação económica com o PIB a crescer 1,7% face a igual período do ano passado e o Instituto de Emprego e Formação Profissional, a revelar sinais de um recuo de 0,2% no número de desempregados inscritos nos centros de emprego.
Talvez por isso, Valter Lemos tenha considerado “desadequada” a percentagem avançada pelo Eurostat. Para o secretário de Estado do Emprego, “os dados que temos disponíveis indicam que esta previsão provavelmente ainda não tem em conta os dados de Abril e utiliza, suponho, uma técnica de projectar a tendência de acordo com a evolução do ano anterior. Ou seja, em função da evolução registada de Março para Abril de 2009”.
Ainda que não minimize o facto do desemprego nacional manter níveis elevados, Valter Lemos diz-se certo de que “esta projecção do Eurostat, tal como as três anteriores, deverá ser revista em baixa”. Até porque, segundo o responsável, os dados parciais apurados no mês de Maio sobre o número de desempregados inscritos nos centros de emprego indicam que a tendência de queda iniciada em Abril se irá acentuar.