Foi a candidatura a uma vaga de estágio que abriu as portas ao atual presidente executivo da Galp Energia ao que recorda como “o primeiro emprego a sério”. O ponto de partida de Carlos Gomes da Silva foi na centenária eletrónica EFACEC, muito embora desde muito jovem fosse adepto de aproveitar as férias de verão para capitalizar experiência, “hábitos de trabalho e de responsabilidade”. Um investimento pessoal que, acredita, o poderá ter colocado em vantagem quando procurou consolidar a carreira que escolheu. “Tinha acabado a minha licenciatura em engenharia e a EFACEC estava numa fase de transformação muito interessante, com o lançamento de novos negócios e a incorporação de novas tecnologias”, recorda. Era o momento do tudo ou nada, a altura em que tudo estava a acontecer e era fundamental agarrar todas as oportunidades de aprendizagem. Tinha 21 anos, era recém-licenciado, e cabia-lhe a tarefa, tão distante da que hoje tem, de desenhar e criar software de gestão de negócio para a EFACEC. Desta etapa, que guarda como sendo aquela que lhe deu bases sólidas para o modelo de gestão que hoje segue, recorda “as pessoas fantásticas e projetos inovadores” em que participou e destaca a relevância do seu mentor, Cunha Rodrigues, no seu desenvolvimento enquanto profissional.
Em 28 anos, o seu percurso ganhou novas rotas e hoje o que pesa no seu currículo é a sua intervenção no sector da energia, petróleo e gás, mas para o presidente executivo da Galp Energia, empresa que o viu chegar na década de 90 e onde soma um extenso role de funções de gestão, planeamento, controle e estratégia, foi o primeiro emprego que moldou um dos seus mais sólidos mandamentos de gestão: “liderar com exigência e com foco, mas saber delegar para deixar espaço à inovação e ao desenvolvimento profissional das equipas”.
À distância de várias décadas, Carlos Gomes da Silva reconhece os múltiplos desafios que enfrentou desde o seu “ponto de partida” ao patamar atual. Garante que foi “a pluridisciplinaridade de contextos e de desafios” com que foi sendo confrontado e que, confessa, sempre procurou que moldaram as suas competências para a função que hoje ocupa. Talvez por isso assuma sem rodeios que hoje, mais do que nunca, para triunfar num mercado de trabalho altamente competitivo, “os jovens devem procurar expor-se à diversidade de contextos e ‘fugir’ das coisas fáceis que limitam o seu desenvolvimento e a sua aprendizagem”.
Formação:
Licenciou-se em Engenharia Eletrotécnica e Ciências Computorizadas pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e é detentor de um MBA pela ESADE/IEP (Barcelona).
Primeiro Emprego:
Entrou no mercado de trabalho aos 21 anos, a desenhar e criar software de gestão de negócio para a EFACEC.
Mentor:
“Tive a sorte a fortuna de trabalhar diretamente com o engenheiro Cunha Rodrigues que era um humanista e um profissional conceituado. À distância, impressiona o acompanhamento que dedicava aos seus supervisionados”, recorda.