Os dados das ofertas de emprego divulgadas durante o último mês no caderno de Emprego do Expresso e na sua plataforma online (em www.expressoemprego.pt), espelham um fosso entre aquilo que os recrutadores procuram em matéria de perfil profissional e de competências dos candidatos e os objetivos de carreira dos profissionais. O caso do Retalho demonstra-o. O sector destacou-se durante o mês de julho como o mais dinâmico nas intenções de contratação, divulgando no Expresso Emprego mais de 254 ofertas, mas o cruzamento deste número com as candidaturas registadas demonstra que o líder mensal dos recrutamentos conta apenas na sétima posição na lista das opções de candidatura dos portugueses.
Às 254 ofertas divulgadas na área do Retalho, o Expresso Emprego registou 1110 candidaturas diretas via site, por oposição a sectores como o da Construção e Indústria que embora registando menor número de oportunidades disponíveis (239, no último mês), figuram no topo das opções de candidatura dos utilizadores do Expresso Emprego. O sector da construção (o terceiro no top das intenções de contratação das empresas durante o mês de julho), registou 2577 candidaturas via site. Já a Banca, Seguros e Área Financeira goza de um certo equilíbrio entre a oferta e a procura, figurando na segunda posição quer na lista das intenções de contratação das empresas (com 242 ofertas registadas para o sector), quer nas opções de carreira dos portugueses, com 2445 candidaturas registadas via site durante o mês de julho.
Outros sectores há que trazem algumas surpresas, como o das Tecnologias de Informação (TI). Sucessivamente apontada como uma das área mais dinâmicas do mercado no que toca às oportunidades de emprego, as TI ocuparam em julho a 6ª posição nas intenções de contratação com o conjunto de empresas do sector a divulgar 188 oportunidades de trabalho via Expresso Emprego. A principal surpresa não vem contudo desta posição, mas sim do número de candidaturas rececionadas via Expresso para as oportunidades divulgadas (459) que coloca o sector das TI na 13ª posição na lista de preferências dos candidatos. Uma leitura que não deve ser, contudo, feita de forma linear já que as empresas na área tecnológica são reconhecidas pela sua exigência no momento de contratar mas também pela sua aposta forte nos planos de retenção e progressão dos seus profissionais. Esta escassa resposta de candidaturas quando comparada com outros sectores poderá significar uma pouca disponibilidade dos profissionais para mudança.
E se a comparação entre as ofertas divulgadas e as candidaturas recepcionadas permite constatar um gap acentuado, para algumas áreas, entre o que as empresas precisam e o que os candidatos procuram – como é o caso do sector dos media onde às escassas sete ofertas divulgadas pelas empresas os candidatos responderam com 380 candidaturas – outras há em que o inverso sucede. O sector da Administração Pública, por exemplo, deu a conhecer a existência de quatro vagas. Recebeu somente uma candidatura.