Caminhamos para um futuro de medicamentos mais potentes e mais precisos e também mais caros. Como se promove o equilíbrio entre o acesso a terapias e financiamento dos sistemas? Para Susana Castro Marques, que é a diretora médica para a multiplicidade de áreas clínicas da Pfizer Portugal, “não há uma fórmula mágica”, mas sabe que “todos os intervenientes devem criar pontes de diálogo sério e profundo sobre este assunto, sem silos ou ideias preconcebidas das posições de cada um”.
Na sua opinião, “é fundamental que as companhias farmacêuticas que fazem acontecer a inovação em saúde sejam reconhecidas como verdadeiras parceiras e tenham o lugar que “Devem ser criadas pontes para o diálogo”Susana Castro Marques 48 anos, diretora médica da Pfizer Portugal merecem na discussão sobre o financiamento das novas tecnologias”. É que, frisa a diretora, esta inovação irá transformar a medicina e isso “significa revolucionar a vida das pessoas e dos doentes”. “Se isto acontecer, estamos no caminho certo para criar soluções”, vaticina a médica.
Sobre a pandemia, Susana Castro Marques diz que “veio aproximar a sociedade da ciência de uma forma completamente diferente. Pela primeira vez, todos pudemos experienciar, em primeira mão, o impacto que a indústria farmacêutica tem no nosso dia a dia”. Falar de investigação, de vacinação ou de processos de aprovação pelas autoridades, tornou-se “normal”. “Esta proximidade, a maior transparência nos processos e o reconhecimento da importância da ciência e da investigação trouxe um aspeto muito positivo que tem a ver com a literacia em saúde”, faz notar a médica, sublinhando que “quanto mais e melhor estamos informados, mais confiantes nos sentimos, porque isso nos permite fazer melhor escolhas, com base em conhecimento”.
Susana Castro Marques era diretora médica da Pfizer Portugal na área de medicina interna desde 2019 e, agora, tem um papel mais amplo em que lidera uma diversidade de áreas médicas do laboratório.
A Pfizer, em conjunto com a biotecnológica BioNTech, trouxe ao mundo uma vacina contra a covid-19, a primeira a ter a aprovação pelo Agência Europeia do Medicamento. O desenvolvimento dessa vacina trouxe a quem trabalhava na empresa o sentimento de estarem a viver um “momento inigualável”, mas “o importante foi fazer parte da solução, com investigação de qualidade e ética”. Susana Castro Marques destaca que se trata de algo que sempre sentiu “relativamente à companhia, de que trabalhamos diariamente para conseguir descobrir inovações que transformam a vida dos doentes e das pessoas”. Sou muito sortuda”, conclui.