Formação Comportamental: aferir o seu impacto
António Francisco Saraiva
Quem vive a Formação Comportamental por
dentro terá a ideia de que efectivamente ela tem o seu impacto.
Ainda por cima para aqueles que se preocupam em seguir um levantamento
de necessidades de formação rigoroso, bem estruturado, que
lhe tem permitido desenhar e implementar acções ou programas
de formação alinhados com o real organizacional. Ainda mais
quando as avaliações no final de cada acção
ou programa estão no topo da escala, quando alguém diz que
saiu mais enriquecido e que o levou a reflectir sobre a sua forma de ser
e de estar. Ou ainda, a alegria de se dizer que foi uma acção
ou programa muito giro (o pior que pode acontecer).
O que se pretende é que esta formação tenha influências,
sem dúvida, nos comportamentos dos formandos, mas que, essencialmente,
se repercuta no Comportamento Organizacional. Muito se tem conseguido
apurar com as ditas sessões designadas por follow-up (ou de acompanhamento),
realizadas entre dois a seis meses (em média) após a conclusão
de uma acção ou programa formativo, no sentido de se aferir
durante algumas horas se os formandos cumpriram alguns planos de acção
que trouxeram da etapa anterior ou mesmo que impactos sente que está
a ter no seu desempenho na Organização.
O problema é que, mais uma vez, apesar de poder ser um passo importante,
voltamos à lógica da sensação, leia-se aqui,
percepção sobre o (ou do) real. Por mais resistência
que façamos à mensuração de factores comportamentais,
a verdade é que este é o grande desafio. Ou melhor, medir-se
o impacto das modificações comportamentais, geradas/treinadas
em formação, nos processos de trabalho. Induz-se, pois,
a necessidade da Organização ter os seus processos mapeados,
as responsabilidades de intervenção definidas, as competências
alinhadas, já sem se falar num sistema de Avaliação
do Desempenho implementado.
Não existem, como se percebe, equipamentos, aparelhos, que nos
permitam efectuar uma medição do impacto da formação
comportamental. A avaliação do desempenho aparece, pois,
como um instrumento decisivo para esta medição. Embora não
único é de significativo relevo.