Eng.Rui Brandão
" O objectivo chama-se
carreira"
Nos seus tempos de lazer, lê, pratica
algum desporto, gosta principalmente de andar de bicicleta e considera-se
uma pessoa dinâmica.
É presidente da Associação Nacional de Formação
Electrónica Industrial e foi nessa qualidade que entrevistámos
o Eng. Rui Brandão.
Fale-me do seu percurso profissional?
Sou uma pessoa que me interesso por várias áreas, mas acabei
por optar por licenciar-me em Engenharia Electrotécnica. Recentemente
estive a fazer uma pós-graduação na Stanford University,
na Califórnia. Actualmente para além de Presidente da Associação
Nacional de Formação de Electrónica e Industrial,
sou director geral da área de Medical Solutions na Siemens. O que
mais gosto sobre o meu percurso profissional, é ter estado sempre
ligado a áreas que lidam com vida e saúde.
Acha
que investir numa carreira é importante?
Não é importante, é fundamental.
É necessário que logo à priori se comece a fazer
uma gestão da própria carreira. Deve-se definir onde se
quer chegar, qual a função que se quer desempenhar, tendo
em conta os factores oportunidade e satisfação. É
necessário investir naquilo que mais gostamos, tanto a nível
de formação como de aprendizagem. Tem que se lutar sempre
por um objectivo, e esse objectivo chama-se carreira.
Como
é que surgiu a ANFEI?
Esta associação surge no decorrente
da minha posição na Siemens. A ANFEI é uma escola
de Tecnologia de Electrónica Industrial e de Tecnologias de Informação.
Esta escola é dedicada a todas as pessoas queiram se formar. Para
além de ser um projecto importante para a Siemens, é um
contributo para a sociedade no âmbito da Educação.
Esta escola tem como objectivo formar, não só para a Siemens,
mas também para outras associadas e para o mercado em geral.
Como é que tem sido a sua experiência enquanto Presidente
da ANFEI?
Tem sido interessante, mas um pouco atribulada. Fazer,
hoje, formação em Portugal é de facto, em termos
privados, um desafio complexo. Fico satisfeito pelo sucesso dos alunos.
São muito poucos os que não conseguem encontrar emprego
no mercado de trabalho. Não é necessário ser-se uma
escola brilhante ou pseudo-brilhante para se "dar" aos alunos
os conhecimentos necessários para que estes possam se lançar
com sucesso no mercado de trabalho.
Qual foi o seu maior desfio profissional?
O meu maior e principal desafio tem sido conseguir
que os projectos onde estou inserido, sejam projectos com muito sucesso
e que ultrapassem as expectativas para os quais foram desenhados. Tenho
passado por muitos desafios ao longo da minha vida profissional, mas sem
dúvida que a ANFEI é um grande desafio profissional, é
difícil de conseguir que uma estrutura, como esta, tenha equilíbrio
financeiro e consiga produzir alunos que depois tenham sucesso no mercado.
Como
é que vê a situação de Portugal relativamente
a cursos técnicos?
Vejo que há falta e isso todas as pessoas vêem.
Vejo que existe uma diminuição a nível de apoios,
de motivações, não só aos estudantes como
também às organizações que os patrocinam,
poderiam ser melhor estruturados e mais orientados para aquilo que são
as necessidades reais da sociedade.
A qualidade deve ser um factor a entrar em consideração.
Só com bons profissionais é que Portugal vai ter sucesso
e consequentemente nós também.
Que
conselhos é que pode dar a alguém que vai iniciar agora
uma carreira?
O que eu posso dizer é que é necessário
dar tempo ao tempo. As pessoas devem demonstrar curiosidade e tentarem
definir ou objectivar aquilo que querem fazer e investir o máximo
no sentido de ganharem experiência. Uma carreira não se faz
num dia e passa normalmente por muito trabalho e absorção
de informação. Aconselho muita dedicação,
empenho e muito trabalho, e que comecem a definir horizontes, estabeleçam
metas.
Projectos
para o futuro?
O meu projecto mais importante para o futuro é
fazer o que faço hoje cada vez melhor, e esse é talvez a
minha maior garantia que o futuro me há-de ser risonho.
VD