Pedro Nunes
"A formação
sem continuidade não serve."
Estava ainda no seu primeiro ano do curso
de Gestão quando foi convidado para integrar um curso de formação
de administração de dados. Esta foi a sua primeira abordagem
com a área de informática. Depois disto nunca mais parou.
Actualmente, Pedro Nunes é o director da área da Consulting&Professional
Training da ACE Plus, e foi nessa qualidade que o entrevistámos.
Fale-me do seu percurso profissional?
Estava no 1º do curso de Gestão, quando me convidaram para
integrar um curso de formação de administração
de dados. Esta foi a minha primeira abordagem com a informática.
Acabei o curso e, na altura, começou a surgir a Rumos, na altura
esta era liderada também pela Novabase e trabalhei durante três
meses, no final do curso, na Novabase. Após o fólio integrei,
em Janeiro de 1993, a constituição da Rumos.
Comecei por ser formador, durante dois anos, depois passei a coordenar
os cursos que eram leccionados e algum tempo depois passei a ser adjunto
da pessoa da Logística. De seguida comecei a tomar conta da parte
da Microsoft Scholar Programs, que eram, no fundo, um conjunto de cursos
patrocinados pela Microsoft orientados para desempregados ou para pessoas
à procura do 1º emprego. Algum tempo depois passei a assumir
a parte comercial da área da Microsoft, ainda na Rumos, até
que, passados alguns meses, mudei-me para a Tecnidata onde fui fazer um
conjunto de funções mais alargadas. e onde permaneci durante
5 anos, fazendo de tudo um pouco: fui formador, fui coordenador dos formadores,
era responsável de tudo o que era planificação da
formação. Entretanto, com o decorrer do tempo, passei a
assumir, em 1999, a direcção da Tecnidata até 2001.
Em finais de 2001 transferi-me para a ACE Plus para exercer as mesmas
funções e criar um projecto novo e com um cariz diferente,
até porque mais do mesmo não faz parte do meu género.
Qual
a missão da ACE Plus?
A ACE Plus tem como missão ser o parceiro privilegiado dos seus
clientes, na utilização de ferramentas e tecnologia de vanguarda,
gerando assim mais valia para os seus clientes. O nosso focus vai ser
sempre única e exclusivamente as PME, seja qualquer vertente, em
qualquer permuta, em qualquer área tecnológica, mas sempre
para esse segmento. Nós somos os especialistas para PME.
Em
que consiste a área de Consulting & Professional Training?
A Consulting&Professional Training é uma área de negócio
da ACE Plus cuja responsabilidade está centrada na disponibilização
de serviços integrados de Formação e Consultoria
em Informática.
Que
vantagens e mais valias a ACE Plus oferece aos seus clientes?
Por um lado os nossos formadores, que são simultaneamente consultores,
por outro lado fazemos um verdadeiro diagnóstico de necessidades
de formação, com rapidez e gratuitamente para os nossos
clientes, tudo via Web. As pessoas dizem-nos que necessidades é
que têm e nós dizemos-lhes qual a formação
que devem fazer. Elas podem, desta maneira, planificar o seu próprio
investimento, conseguindo até fazer dessa maximização
um investimento.
Como é que vê o mercado de formação
em Portugal?
Tem evoluído satisfatoriamente. É verdade que tem havido
uma mudança de mentalidades profunda na medida em que o empresário,
hoje, não vê tanto a formação como um custo,
mas começa a vê-la como um investimento. Acho que é
possível fazer muito mais e muito melhor do que se faz em Portugal
em termos de formação propriamente dita, mas para isso é
necessário que as empresas não se cinjam só à
formação, porque senão acontece um grande problema
que é: ou eles têm tarefas pré-definidas para o pós-formação
ou as competências que adquirem vão esquecendo ao longo do
tempo, tornando o investimento num verdadeiro custo a fundo perdido. Acho
que se pode mudar profundamente em termos qualitativos, até porque
o conhecimento dos formandos está suficientemente alto para exigir
das próprias empresas um maior cuidado, e vai haver decerto um
maior cuidado.
Que
tipo de pessoa é que procuram estes cursos de formação.
São mais as empresas ou as pessoas individuais?
Ambas. No nosso segmento nós não descuramos nem uma nem
outra. O particular tem um investimento menor, no entanto aceitamos um
e outro porque a formação que damos a um e a outro é,
na maior parte dos casos, igual. A nossa tentativa, também com
a ACE Plus, é com esta ferramenta começar a personalizar
cada vez mais os cursos. Vamos tentar também criar pacotes cada
vez mais específicos de acordo com as necessidades de cada empresa
ou de cada pessoa em particular. Mas a formação é
igual para os dois casos. Nós trabalhamos com pessoas que queiram
entrar no mercado da informática, trabalhamos com pessoas que já
estão no mercado da informática, trabalhamos com empresas
que precisam de atingir determinados grupos, trabalhamos com qualquer
um desde que tenham interesse em adquirir competências, e o nosso
objectivo é fornecê-los.
Acha
que em Portugal as empresas apostam em forte na formação
dos seus quadros?
Não. Isso não quer dizer que não gastem muito, apenas
que não apostam forte. A formação sem continuidade
não serve. As pessoas têm primeiro que vir motivados para
a formação e, acima de tudo, saberem exactamente que a seguir
vão ter um projecto pelo qual vão ser medidos. Isto vai
assegurar à própria pessoa uma maior exigência durante
o curso, e essa exigência vai-nos obrigar a nós, formadores,
a sermos mais exigentes com nós próprios. Portanto, esse
carácter de exigência é fundamental para elevarmos
a qualidade dos cursos, mas, para isso, é preciso que as empresas
de formação trabalhem bem. As empresas devem fazer uma boa
planificação para assegurar um maior retorno do investimento.
Planos
para o futuro?
O nosso objectivo é dar a conhecer a ACE Plus. No futuro, daqui
a três, quatro anos, quero ter uma equipa que tipicamente tenha
quase tanto de consultoria como de formação, para garantir
a tal diversidade, a tal satisfação das pessoas. Daqui a
quatro anos queremos ser uma referência em Portugal, pelo menos
na área da Microsoft. A curto prazo temos o objectivo de conquistar
10% do mercado. Não sei se conseguiremos, mas faremos de tudo para
o conseguir.
VD