A consultora PwC estudou a designada Geração do Novo Milénio e explica o que é realmente importante para estes profissionais, em tudo diferentes das gerações anteriores.
Totalmente focados no mercado global, com forte conhecimento do mundo digital, elevado conhecimento das ferramentas essenciais ao negócio e experiência na crise económica global, a Geração do Novo Milénio constituirá, em 2020, cerca de 50% da força de trabalho global. A estatística é da consultora PwC, com base no estudo “Millennials at Work: Reshaping the workplace” que teve por base 4364 licenciados em 75 países distintos. Numa altura o clima de incerteza e risco afeta grande parte das economias, saber quem são estes profissionais e quais as suas necessidades, tornou-se um fator-chave para qualquer empresário ou gestor de recursos humanos que queira atrair e reter, de forma competitiva, os melhores talentos para a sua equipa.
São os substitutos da dita Geração Baby Boomer e em tudo diferentes. A Geração do Novo Milénio - os millennials - corresponde aos profissionais que estão agora no mercado e que nasceram entre 1980 e o ano 2000. Para os especialistas da PwC, “é a geração que irá moldar o mercado de trabalho nos próximos anos”. Uma geração que representa a mudança e rutura com todas as práticas até aqui conhecidas. “Diferente das anteriores e mais numerosa do que qualquer outra geração após o Baby Boomer, prevê-se que em 2020 esta geração constitua cerca de 50% da força de trabalho global”, defende a consultora acrescentando que face a tal relevância torna-se urgente e “necessário o conhecimento das suas características e necessidades”.
O inquérito realizado permitiu à consultora traçar um perfil revelador daquilo que poderão vir a ser os principais desafios da gestão de talentos nos próximos anos. “Os jovens de hoje apresentam novas necessidades e ambições: dão mais ênfase às suas necessidades pessoais e esperam uma carreira profissional interessante e variada”, explica a consultora. Ambiciosos, os millennials mostram um desejo de aprendizagem constante, através do feedback permanente. Por outras palavras, reforça o documento, “é uma geração que desafia as empresas a um estilo de gestão e a uma cultura corporativa marcadamente diferente do modelo de gestão tradicional”.
Ao mesmo tempo que reconhecem a importância da retenção de talento como forma de ultrapassar a conjuntura atual e iniciar a recuperação, muitas empresas têm cortado o número de profissionais. A nova geração reconhece esta incerteza e chama a si a responsabilidade de ditar o futuro da sua vida profissional. Um papel ativo que é visível em vários aspetos. Segundo a PwC, estes jovens profissionais caracterizam-se por uma maior rotatividade nos empregos ao longo da carreira. “Cerca de 54% dos inquiridos dizem que esperam ter seis a mais empregos ao longo da sua carreira profissional”, explica a consultora enfatizando que a lealdade dos colaboradores para com a organização estará cada vez mais ligada ao seu investimento em estratégias de retenção eficientes. Se as estratégias falharem, os profissionais darão o passo seguinte. Tanto mais que apenas uma pequena percentagem de 18% admitiu ter como meta permanecer no atual emprego a longo prazo.
Outras das características apuradas foi a ambição por um equilíbrio efetivo entre a vida pessoal e profissional, factor que se tem revelado prioritário para a nova geração. “95% dos inquiridos consideram este balanço muito importante e os resultados sugerem que as empresas precisam de estar certas em como não irão criar expectativas irreais que podem conduzir à insatisfação dos colaboradores”, reforça o estudo.
Tecnologia nunca é demais
o conhecimento profundo de ferramentas tecnológicas é outra das características da Geração do Novo Milénio. Os millennials estão ligados pela tecnologia e esta influência a forma como comunicam, fazendo com que tenham necessidades específicas sob a forma como a tecnologia é utilizada em contexto de trabalho. Cerca de 78% diz que o acesso a tecnologias no local de trabalho torna o seu desempenho mais efetivo.
Atraídos por muito mais do que um bom salário, os profissionais desta geração dão sobretudo importância às hipóteses de progressão profissional (52%) e ao desenvolvimento pessoal (65%). Face à atual conjuntura do mercado de trabalho não parecem restar dúvidas aos consultores da PwC que esta é uma geração que está preparada para ser mais prática na aceitação de uma oferta de trabalho, mais realista na procura de emprego e nas expectativas globais de carreira. Não são por isso exceção os licenciados que aceitam condições de trabalho que estavam inicialmente fora das suas expectativas como salários mais baixos, menores benefícios ou empregos fora das localizações ideais.
“Os atributos desta geração começam agora a ser conhecidos e estão a reforçar nas empresas a necessidade de criar um planeamento estratégico de talento para formar, atrair e reter os melhores perfis”, explica a consultora. Parte do sucesso desta estratégia passa pela capacidade dos líderes e gestores de RH perceberem a nova geração, saberem gerir as suas expectativas, ajudando-os a crescer e encorajando-os a aprender através do seu feedback regular, tão valorizado pela nova geração. Para a PwC são fatores chave para as empresas permitir a rápida progressão na carreira destes profissionais e estarem preparadas para a rotatividade. “O mercado é cada vez mais competitivo e os jovens cada vez mais exigentes”.