Foi durante uma viagem ao Brasil para a apresentação de um projeto conjunto que Marco Coelho e Nuno Rodrigues começaram a discutir ideias que gostariam de implementar. De regresso a Portugal reuniram com Eurico Lages e em conjunto começaram a avançar com a criação de uma estrutura que colocasse essas ideias em prática. Corria o ano de 2006 e em fevereiro do ano seguinte nascia a Codevision Software Engineering, com sede em Braga, especializada no desenvolvimento de soluções para o setor da educação.
“Definimos desde logo a área de desenvolvimento de software como o caminho a seguir, embora a oportunidade de criar aplicações para o setor da educação tenha surgido algum tempo depois do início da empresa” , explica Marco Coelho, CEO da Codevision. Até agora a empresa já desenvolveu de raiz um conjunto alargado de soluções informáticas que podem ser utilizadas em diversos ambientes educativos. É o caso do E-Schooling Server, um software que permite uma gestão escolar total, de forma distribuída e colaborativa, fornecendo um interface web a todos os intervenientes do processo educativo. A Codevision desenvolveu também em parceria com a Microsoft Portugal uma solução inovadora de business intelligence, o E-Schooling BI, especificamente para o setor da educação. Tem ainda o Training Server, um software colaborativo para apoio à gestão de atividade formativas em centros de formação e desenvolveram para as autarquias um sistema de informação autárquico para a gestão do parque escolar.
Na altura em que estes três empreendedores lançaram a Codevision já se falava da crise. A primeira preocupação dos sócios foi a de garantirem financiamento para um período de funcionamento no qual conseguissem preparar produtos para comercialização. “Fizemos uma série de estimativas relacionadas com o normal funcionamento da empresa e decidimos que necessitaríamos de um ano até conseguir ter algo comercializável. Quando conseguimos definir as necessidades garantimos todo o financiamento através de capitais próprios” , revela Marco Coelho. Começaram a trabalhar em março de 2007 e em maio tinham conseguido o seu primeiro cliente.
A Codevision está focada no desenvolvimento de soluções para o ensino. Os planos atuais dos empreendedores são para continuar a apostar na inovação nesta área. Neste momento as perspetivas são de consolidação do mercado nacional e a ideia é continuar com a expansão para novos mercados, nomeadamente os Palop. “Dadas as características específicas deste setor que depende obviamente da legislação de cada país, estamos a apostar em mercados cuja realidade seja idêntica à nossa” , refere Marco Coelho.
Para estes empreendedores a atividade da empresa que criaram tem sido muito gratificante, uma vez que conseguiram que o fruto do seu trabalho resultasse em crescimento efetivo. Contam que do ponto de vista estratégico as decisões que tomam são sempre orientadas para a consolidação e crescimento da Codevision. “Gerir uma empresa exige muito sacrifício e dedicação e no contexto atual os desafios são ainda maiores” , explica Marco Coelho. Contudo e como a empresa nasceu já em tempos de crise, consideram-se mais preparados para enfrentar estes tempos adversos.
A aposta constante na inovação, ter a noção forte de produto e a capacidade de adaptação a novos desafios, são para Marco Coelho os pontos-chave para se ser bem-sucedido num negócio. Olhando para o início de atividade da Codevision, o CEO acrescenta a estes aspetos “a constituição de uma equipa jovem, tecnicamente capaz e acima de tudo extremamente motivada para o desenvolvimento de novos e inovadores produtos que tragam efetivo valor acrescentado aos nossos parceiros” .
BI Empresarial
Promotores:
Marco Coelho, 32 anos
Eurico Lages, 27 anos
Nuno Rodrigues, 31 anos
Área de atividade:
Desenvolvimento de soluções para o setor da educação, nomeadamente escolas, centros de formação e autarquias.
Data de criação:
Fevereiro de 2007
Serviços:
Desenvolveu de raiz um conjunto alargado de soluções informáticas que podem ser utilizadas em diversos ambientes educativos, permitindo autonomizar processos e eliminar a utilização de papel, o que as torna instituições mais eficientes.
Empregos criados:
19 colaboradores
Investimento inicial:
12 mil euros
Volume de faturação:
200 mil euros em 2010 e espera atingir os 400 mil euros este ano
Principais clientes:
Didáxis Cooperativa de Ensino, Grupo Lusófona, Santa Casa da Misericórdia do Porto, Colégios do Fomento e um conjunto alargado de escolas profissionais. Para além de Portugal tem clientes em Cabo Verde, Moçambique e está a preparara as suas soluções para o mercado angolano.
Conselhos:
A única fórmula para conseguir desenvolver um projeto tem de ser baseada no trabalho constante e portanto, para quem quer iniciar um negócio próprio tem de ter a noção dessa certeza e de que trabalhará muito mais do que por conta de outrem.