Cátia Mateus
Henry Ford tornou célebre a expressão de que «os obstáculos são aquelas coisas assustadoras que se vêem quando desviamos os olhos do nosso objectivo». Rita Chaves e Inês Faro decidiram não se deixar vencer pelos obstáculos e perante uma situação de desemprego decidiram empreender. Aproveitaram o nicho de mercado da área da qualidade e segurança alimentar e criaram, em Janeiro deste ano, a SEGALI. Os sectores da restauração e bebidas são, por agora, os principais clientes da jovem empresa, mas as empresárias já estão a desbravar caminho noutros sectores.
Ambas engenheiras, uma na área da biotecnologia e outra ligada à indústria agro-alimentar, Rita e Inês encontraram na consultoria em higiene e segurança alimentar uma ideia de negócio a concretizar.
Não têm dúvidas de que «com a exigência cada vez maior dos consumidores, com a legislação (nacional e comunitária) cada vez mais apertada e com a reestruturação das entidades fiscalizadoras, foi criada nesta área uma boa oportunidade de negócio». E, por isso, não hesitaram em investir tudo na concretização da SEGALI, um projecto que havia surgido no decorrer de uma pós-graduação em Gestão da Qualidade e Segurança Alimentar.
Para o lançamento do negócio foram necessários cerca de sete mil euros. Para trás ficaram uma série de dificuldades, essencialmente relacionadas com questões burocráticas já que nesta aventura empresarial as empreendedoras contaram com o apoio do Projecto Empreendedor da Universidade Lusófona ao nível do apoio e orientação para elaboração do plano de negócios.
Uma vez ultrapassadas estas questões, a SEGALI entrou no mercado «com a missão de apoiar as empresas do sector agro-alimentar na aplicação de metodologias práticas de controlo da qualidade e segurança alimentar», explica Rita Chaves. Agora com seis meses de actividade a empresa está ainda a alinhar as suas metas. «O nosso público-alvo tem sido principalmente o sector da restauração e bebidas. No entanto a distribuição, o retalho e a indústria agro-alimentar também fazem parte do nosso mercado», avança Inês Faro.
O negócio foi criado sem recurso a qualquer subsídio, uma vez que «estamos ainda a aguardar a decisão do Instituto de Emprego e Formação Profissional sobre a candidatura ao financiamento de Iniciativas Locais de Emprego», realçam. O investimento ainda não foi recuperado e as empreendedoras confessam mesmo que «no início estávamos demasiado optimistas, mas agora já conhecemos a realidade do mercado e da concorrência e reestruturámos as nossas ofertas de serviços, garantindo sempre a qualidade dos mesmos».
Por agora, a SEGALI garante apenas emprego às suas mentoras. As empreendedoras optaram por, nesta fase inicial, subcontratar serviços a outras entidades mas durante este ano esperam recrutar funcionários. Rita e Inês não fecham as portas à entrada de novos parceiros para este projecto, nem à sua expansão para outras áreas de actividade.
Para alcançar o sucesso empresarial dizem ser fundamental «um compromisso pessoal com o projecto e com os objectivos, trabalho, criatividade e motivação». Componentes fundamentais para transpor os obstáculos quotidianos e alcançar os objectivos.