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Teatro com alta empregabilidade

09.05.2003


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Maribela Freitas

O SONHO profissional de muitos jovens portugueses actualmente é seguir uma carreira no mundo do espectáculo.


Na tentativa de atingirem a fama como actores ou actrizes, alguns dos que ambicionam seguir esta profissão procuram obter formação na Escola Profissional de Teatro de Cascais (EPTC).

Nesta escola os alunos aprendem os "truques" da representação e a grande maioria encontra trabalho após os três anos de formação na área.

Stela Araújo, de 19 anos, é aluna do segundo ano do curso de Interpretação da EPTC. O seu objectivo profissional era ser jornalista, mas quis o destino que entrasse para o grupo de teatro da escola que frequentava e se apaixonasse por esta arte. "Quando decidi enveredar pelo teatro, ouvi falar muito bem da formação da EPTC e resolvi experimentar", explica a aluna.

Já Marco Medeiros, com 18 anos e colega de turma da Stela, inscreveu-se na EPTC por não se sentir motivado no ensino regular. "Estava completamente desmotivado em relação à escola e no apoio escolar indicaram-me esta como uma boa área para mim, pois já tinha feito teatro amador", explica. Hoje, revela sentir-se motivado por estar numa escola em que faz aquilo de que gosta.

Mas apesar de estarem muito motivados e animados com a perspectiva de virem a ser actores, estes alunos não têm ilusões quanto ao que os espera no mercado de trabalho.

Stela Araújo afirma "estar mentalizada que vai ser difícil entrar no mercado de trabalho. Estamos numa altura de crise e não há apoios para o teatro". Marco Medeiros também está preocupado com o futuro e a falta de emprego que grassa no país, mas revela que se preocupará com essa questão mais tarde, no último ano do curso.

Com dez anos de existência, a EPTC nasceu de um contrato-programa entre a Câmara Municipal de Cascais e o Teatro Experimental de Cascais e já formou centenas de alunos.

Anualmente a EPTC recebe candidatos de todo o país em número muito superior para o montante de vagas disponíveis. Só no passado ano lectivo receberam mais de 60 inscrições para preencher as 18 vagas que tinham para o primeiro ano da escola, no curso de Interpretação.

Selecção rigorosa


Carlos Avilez, director da EPTC, explica que "a selecção dos alunos é muito rigorosa. Os candidatos são sujeitos a testes psicotécnicos, de português, inglês, a uma entrevista e a uma audição perante cinco professores". Por isso, só os que têm vocação e algum talento para o teatro ingressem na escola.

Ao nível da formação a EPTC recebe alunos com o nono ano de escolaridade, que no final da formação obtêm uma qualificação profissional de técnico intermédio de nível III, com equivalência ao 12.º ano de escolaridade.

Neste momento a escola disponibiliza apenas um curso - o de interpretação - que tem como objectivo preparar os alunos para exercerem a actividade de actores de teatro, televisão e cinema e a animação cultural é mais uma hipótese de trabalho para quem sai deste curso.

Há cerca de quatro anos, a escola oferecia ainda mais dois cursos, o de cenografia e de iluminotecnia, onde todos os alunos formados estão actualmente a trabalhar nas suas respectivas áreas.

Quanto à empregabilidade da EPTC, Carvos Avilez confessa que esta é "bastante elevada". A maior parte dos alunos que acabaram a sua formação em interpretação estão a trabalhar, quer seja no teatro quer na televisão. Alguns atingiram até a notoriedade, como por exemplo Leonor Seixas que representa na telenovela da TVI "Saber Amar", ou Marco Almeida na "Jóia d' África", também neste canal televisivo.

Carlos Avilez relembra ainda muito outros ex-alunos que já estão a trabalhar, com o orgulho de alguém que vê o seu trabalho como professor alcançar êxito. "Muitas vezes os nossos alunos ainda não terminaram os cursos e estão já a ser 'assediados' para trabalhar. A maioria recusa e opta por acabar de estudar e só depois ingressar no mercado de emprego", remata o professor.





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