R. E.
O CENTRO mundial de formação em redes de
comunicações da Siemens está localizado em Portugal,
na filial da Amadora.
Criado há 10 anos, o International Training Institute (ITI) da
Siemens não só forma diariamente profissionais da multinacional
germânica e de outras empresas vindos dos quatro cantos do mundo,
como também envia regularmente 33 formadores portugueses para
todo o globo.
China, Tailândia, Malásia, Brasil, Tunísia, Suécia
e Alemanha são alguns dos países aos quais Portugal dá
formação em tecnologia de ponta.
A equipa de formação portuguesa é especializada
em redes de telecomunicações de nova geração
- como o UMTS e o GPRS, por exemplo - e de tecnologia IP, sendo também
o centro mundial de formação da Juniper, a segunda maior
empresa global neste segmento de actividade (liderado pela Cisco) e
parceira do grupo Siemens.
Com efeito, no processo de candidatura para a nomeação
do centro mundial de formação em redes de comunicações
da Siemens há cerca de quatro anos, Portugal ganhou a países
como a China e a Índia, nações que primam pela
alta qualidade e baixo preço da mão-de-obra.
"Ganhámos não devido ao factor preço, mas
sim ao profundo conhecimento especializado nesta área que os
nossos formadores desenvolveram nos últimos 10 anos",
refere Luís da Silva, director de "marketing"
do departamento de informações e comunicações
da Siemens.
Formação mundial na Siemens
Tudo começou aquando do momento da instalação da
Siemens em Portugal no ano de 1988. A multinacional ganhou o concurso
de digitalização da rede de telecomunicações,
mas não existiam profissionais qualificados em Portugal para
levar a cabo a tarefa.
"Podíamos ter optado por trazer cá um formador
alemão, mas não o fizemos. Preferimos enviar dois portugueses
à Alemanha para serem formados na área, para assim ficarmos
com o conhecimento totalmente incorporado na nossa equipa e passarmos
a desenvolver profissionais em Portugal", conta Luís
da Silva.
Com o "boom" das telecomunicações móveis
em meados da década de noventa, o centro de formação
da Alemanha debatia-se com imensas dificuldades em dar resposta às
necessidades de formação nesta área.
"Como tínhamos mais recursos disponíveis, a formação
dos técnicos alemães começou a fazer-se cá
e gradualmente foi-se alargando a outros países, até conquistarmos
a actual posição", explica aquele responsável.
O centro de formação português é o maior
da Siemens "a seguir do da Alemanha", sublinha Luís
da Silva, sendo agora Portugal responsável pela actualização
de conhecimentos na área de telecomunicações dos
profissionais alemães.
"Já fazemos a venda directa das nossas soluções
e produtos sem a intermediação da Siemens AG. Isto significa
que a nossa autonomia está mais reforçada", explica
Luís da Silva.
O sistema de formação baseia-se no método de "blended
learning", que combina formação presencial com
"e-learning".
Segundo Nuno Cheis Rodrigues, director do ITI da Siemens (a designação
do centro de formação português), a parte documental
é fornecida por "e-learning", enquanto que a
componente técnica é ensinada presencialmente.
"Neste caso, os formadores deslocam-se ao local ou os formandos
vêm a Portugal". Os resultados alcançados são
bem expressivos : cerca de 88% de clientes satisfeitos.
Luís da Silva remata revelando que o ITI será o responsável
único pela concepção dos cursos sobre planeamento
de redes UMTS e se tornará numa universidade empresarial no curto
prazo.