Chama-se UAW – United at Work e assume-se como uma iniciativa de experimentação social que visa promover o empreendedorismo intergeracional, unindo em torno do desígnio da inovação social perfis jovens e seniores que enfrentem situações de desemprego. O projeto é liderado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), através do BIS – Banco de Inovação Social, e começa este mês a detetar os 200 empreendedores que darão corpo às mais de 60 oportunidades de negócio social previamente identificadas pelo painel de especialistas da SCML.
“Um projeto radicalmente inovador”, é como Maria do Carmo Marques Pinto, diretora do Departamento se Empreendedorismo e Economia Social da Santa Casa, define o projeto UAW. Segundo a responsável, o programa “inverte o modelo de apoio ao empreendedorismo, apresentando oportunidades concretas de negócios sociais e reunindo gerações para o fazer”. De resto, uma das características dominantes deste projeto financiado pela Comissão Europeia é a de unir jovens e seniores na criação de negócios com orientação social.
O projeto UAW está neste momento a aceitar candidaturas para, numa fase posterior, selecionar os 200 empreendedores que construirão no terreno as 60 oportunidades reais de negócio social identificadas pela Santa Casa e pelos seus parceiros do BIS. As 60 oportunidades de negócio serão divulgadas a 23 de abril, na Conferência Internacional UAW que decorrerá no Museu do Oriente, em Lisboa. Mas a diretora de Empreendedorismo da SCML, revela que entre as várias oportunidades disponíveis há possibilidades na área da Saúde, Ação Social, Cultura e Património.
Com o UAW, explica Maria do Carmo Marques Pinto, “a Santa Casa quer conceber e testar novos modelos e formas de promover a inovação social”. Segundo a diretora, a instituição considerou que “face à enorme taxa de mortalidade de projetos (normalmente 60% dos projetos não sobrevive ao primeiro ano), o apoio ao empreendedorismo deve centrar-se na estruturação de oportunidades de negócio e selecionar os perfis empreendedores mais adequados”. A opção não significa que o UAW não possa selecionar alguém em função da sua ideiam mas assegura a diretora “terá de ter na base uma oportunidade de negócio séria”.
Ao projeto podem candidatar-se, até 27 de abril, jovens com menos de 30 anos, formação académica superior e dificuldades em integrar-se no mercado de trabalho, e seniores entre os 50 e os 64 anos, qualificados pela experiência profissional e que estejam também com dificuldade em regressar ao mundo laboral. “O objetivo é juntar a capacidade de arriscar dos mais novos com a experiência e maturidade dos mais velhos, tendo em vista combater o desemprego”. Inicialmente serão selecionados 200 candidatos e, numa segunda fase, 120 que irão compor as 12 equipas intergeracionais, com um mínimo de duas pessoas e um máximo de cinco.
Neste projeto, além da Santa Casa estão envolvidos vários parceiros como a Câmara Municipal de Lisboa, a Fundação Calouste Gulbenkian, a Beta-i, Inatel, ISCTE-IUL, Instituto de Emprego e Formação Profissional, entre outros. A missão, garante a diretora, é abraçada por todos: ajudar a promover negócios sustentáveis que criem e assegurem, pelo menos, o emprego do empreendedor.