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Remar contra a maré

O empreendedorismo social chegou à população mais carenciada da Amadora que agora ganha novas perspectivas de integração laboral desta vez por conta própria
27.03.2008


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Marisa Antunes

Quebrar o ciclo de pobreza, desemprego e exclusão e dar uma oportunidade aos mais desfavorecidos para se tornarem donos dos seus próprios negócios é o objectivo de um programa inovador de empreendedorismo social a decorrer na Amadora.

A autarquia juntou-se a dois parceiros de peso — a Fundação Calouste Gulbenkian e o ISCTE (Instituto Superior das Ciências do Trabalho e Empresa) — e lançou o Amadora Empreende. Este programa engloba projectos direccionados para jovens entre os 18 e os 30 anos, como o projecto ‘Quick' (ver caixa) e para a população socialmente vulnerável (como deficientes, emigrantes, ex-reclusos e outros grupos de risco) o programa designado ‘Quem não arrisca não petisca' (ver caixa).

Com este programa pretende-se identificar iniciativas individuais de empreendedorismo e apoiar na concretização do projecto, facultando as condições necessárias de desenvolvimento de uma ideia de negócio.

Regendo-se pelo princípio da não-discriminação, o programa não pretende fazer distinção pela positiva ou negativa. “Os cidadãos detentores de certas qualidades étnicas, culturais, religiosas, deficiências, género, idade, nacionalidade, imigrantes, refugiados ou outros serão integrados nas mesmas respostas da generalidade dos cidadãos”, sublinha-se no documento de apresentação do Amadora Empreende.

A estratégia do programa passa por envolver, em parceria, empresas ou grupos empresariais sediados no município ou com investimentos de base local, que possuam sistemas desenvolvidos de responsabilidade social ou sustentabilidade. Também se pretende incentivar o restante tecido empresarial a colaborar activamente.

O objectivo é conseguir apoios financeiros às iniciativas emergentes do Amadora Empreende, bem como o apoio à inserção no mercado destas mesmas iniciativas. Também se espera conseguir destas empresas a colaboração em acções de formação, inserção de estagiários e integração profissional e subcontratação e «outsourcing» a iniciativas que derivem deste projecto de empreendedorismo social. Partindo de uma base mais local para outra mais abrangente, estima-se, a curto prazo, o desenvolvimento de candidaturas a financiamentos comunitários e nacionais.

O ISCTE, através do seu Centro de Empreendedorismo AUDAX, irá analisar e avaliar as candidaturas, organizar entrevistas e promover acções de formação para apoiar no desenvolvimento da ideia de negócio e na procura de investimentos.

Quick: Amadora para os jovens

O que é? A Incubadora Quick é um projecto-âncora do programa municipal de empreendedorismo social, que tem como conceito-base a criação de uma plataforma de contacto entre os jovens empreendedores, a autarquia, o meio empresarial e a universidade, tendo em vista a criação de novas empresas.

Para quem? Para jovens entre os 18 e os 30 anos, individualmente ou em equipa, sendo condição de participação que 50% dos elementos da equipa sejam residentes no concelho da Amadora, bem como que as empresas criadas tenham sede social no município.

Como? Através do preenchimento de candidatura «online», apresentando uma ideia de negócio viável e inovadora.

Onde? O projecto Quick desenvolve-se no Centro da Juventude/Multigeracional da Amadora.

Quem não arrisca não petisca

O que é? É um projecto de empreendedorismo para activos e desempregados, em especial os beneficiários de apoios sociais e residentes em bolsas de pobreza, nomeadamente em bairros degradados e de realojamento.

Para quem? Pessoas com idades entre os 16 e os 65 anos (individualmente ou em equipa), bem como pessoas colectivas constituídas há menos de um ano que pretendam desenvolver projectos que não tenham entrado na fase de exploração comercial. É fundamental que a sede sócia esteja localizada na Amadora.





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