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Profissões que a Europa mais contrata

Recrutamento
Profissões técnicas dominam as contratações na União Europeia. Dados do Eurostat mostram que nem só de profissionais altamente qualificados se ‘alimentam’ as empresas

22.07.2022 | Por Cátia Mateus


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Nem doutores nem engenheiros. As profissões que mais cresceram em número de trabalhadores no ativo na União Europeia (UE), no primeiro trimestre deste ano face ao mesmo período de 2021, foram os assistentes de cozinha e os trabalhadores de serviços pessoais, mostram os dados mais recentes do organismo europeu de estatística, Eurostat. Mas na lista há outros exemplos de carreiras em expansão, onde o ‘canudo’ não é um requisito essencial.

No final do primeiro trimestre deste ano, mais de 1,4 milhões de profissionais trabalhavam como assistentes de cozinha, nos vários Estados-membros da UE. O número compara com os 1,1 milhões contabilizados no trimestre homólogo, ou seja, durante o primeiro de 2021, traduzindo um crescimento de 25,1% no total de trabalhadores ativos nesta área. Esta foi a profissão que mais cresceu na UE, em número de trabalhadores ativos, segundo as contas do Eurostat recentemente divulgadas (ver infografia). E vem demonstrar que as oportunidades de emprego não se dirigem apenas a profissionais altamente qualificados.

Cinco das dez profissões listadas pelo Eurostat como sendo as de maior crescimento homólogo são profissões técnicas. Na segunda posição da lista está o universo dos trabalhadores de serviços pessoais — onde se podem incluir assistentes pessoais, cabeleireiros, esteticistas, administrativos, motoristas, guias turísticos, empregadas domésticas e outros —, que aumentou perto de 16% nos primeiros três meses de 2022. Segundo a síntese que acompanha o Eurostat, no final de março as estatísticas contabilizavam 7,6 milhões de trabalhadores ativos nestas profissões. Número que compara com os 6,5 milhões registados no primeiro trimestre do ano passado.

Números poderiam ser maiores

Na lista das profissões em expansão do Eurostat destacam-se os profissionais da hotelaria, comércio e retalho. Segundo o organismo europeu de estatística, o número de profissionais ativos nestas áreas aumentou 9,1% para 2,4 milhões. Recorde-se que estas foram precisamente as áreas mais expostas aos impactos económicos da pandemia, que levou a que muitos profissionais abandonassem o sector e procurassem oportunidades mais estáveis noutras áreas.

Nos últimos meses, os empregadores nacionais e internacionais têm sinalizado uma crescente dificuldade em contratar nestas áreas. O que significa que, em circunstâncias normais, e com o turismo europeu a preparar- -se para a época alta do verão, este crescimento poderia ser superior se não existisse escassez de profissionais disponíveis.

Da lista do Eurostat fazem também parte carreiras mais qualificadas, como a dos trabalhadores das tecnologias de informação que, sem surpresas, ocupa a terceira posição da lista de profissões que mais cresceram no primeiro trimestre do ano. No final de março o sector empregava mais de 4,5 milhões de profissionais nos vários países da UE, um aumento homólogo de 9,6%. E tal como no caso dos profissionais do turismo, se não existisse a conhecida escassez de talento qualificado nesta área, que limita a contratação de profissionais em número suficiente para as empresas, este universo poderia ser muito superior.

Na quarta posição da lista do Eurostat estão os trabalhadores da área jurídica, social (onde também é reconhecida a carência de profissionais) e cultural. Este grupo viu o seu universo de trabalhadores aumentar na comparação homóloga 9,4%, totalizando no final do primeiro trimestre do ano 3,5 milhões de trabalhadores.

Mas há sectores onde a realidade é a oposta: uma perda acentuada de trabalhadores. É o caso da agricultura. Segundo o Eurostat, o número de trabalhadores da agricultura, floresta e pescas está em queda acentuada. A comparação homóloga com o primeiro trimestre de 2021 mostra que o sector contabiliza agora 3,3 milhões de profissionais na UE, menos quase 13% face ao ano passado.



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