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Portugueses estão mais insatisfeitos no trabalho

Portugueses estão mais insatisfeitos no trabalho

Desde 2009 que o nível de satisfação laboral dos portugueses tem vindo a decair, segundo o ONRH.
12.05.2011 | Por Cátia Mateus


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Os índices de satisfação, lealdade e envolvimento dos portugueses no local de trabalho registaram no ano passado um decréscimo face a 2009. Os dados constam do último relatório do Observatório Nacional dos Recursos Humanos (ONRH) divulgado esta semana.

De 2009 para 2010 o nível de satisfação laboral dos trabalhadores portugueses decresceu 1,2%, a sua lealdade à empresa onde trabalha sofreu uma quebra de 1,3% e o envolvimento dos colaboradores com as organizações caiu 0,8%. Dos 12 índices avaliados pelo ONRH, todos sofreram decréscimos face a 2009. Uma realidade que para os especialistas resulta da conturbada situação económica que o país atravessa.

Os trabalhadores com menos habilitações literárias são os que manifestam maior grau de satisfação no local de trabalho, por oposição aos que detém qualificação superior. Os colaboradores com níveis de escolaridade até ao 1º e 2º ciclos do ensino básico registam o valor médio de satisfação mais elevado, com 59,7%. Já os detentores de licenciatura ou outros níveis de qualificação superior, ficam-se pelos 51,5%.

Na análise da satisfação, o estudo conclui que os colaboradores que ocupam cargos de chefia apresentam valores médios de satisfação mais elevados do que aqueles que não desempenham qualquer função de chefia. A diferença de valores médios entre ambas as categorias é de 10,5 pontos percentuais: 58,8% de satisfação para os primeiros contra 48,3 para os segundos.

Curiosamente, os trabalhadores com menos tempo de casa (menos de um ano) são também os mais satisfeitos ostentando níveis de 65,7%, enquanto os colaboradores que estão nos quadros da empresa há 6 a 10 anos apresentam um nível médio de satisfação de 53,2% e os trabalhadores com 20 anos de permanência na empresa registam 53,5% de satisfação.

Os parâmetros da Expectativa e do Contexto Organizacional são as duas dimensões de análise com maior impacto na satisfação dos colaboradores portugueses, registando 35 e 30% respetivamente. Num segundo nível o relatório do ONRH elenca as dimensões do Reconhecimento e Recompensa, que para 14% dos colaboradores são focos de satisfação, e a Mudança e Inovação apontados po 8% dos trabalhadores como fatores decisivos para a satisfação laboral. A Lealdade é segundo o estudo a dimensão com maior impacto na satisfação dos trabalhadores concluindo-se que os trabalhadores mais satisfeitos são mais leais às organizações em que estão inseridos. Este índice decaiu 1,3% face a 2009.

Numa análise setorial é possível apurar que os melhores resultados médios de satisfação ocorrem no setor privado, sendo o farmacêutico o que evidencia maior grau de motivação e satisfação. O relatório do ONRH é sustentando em entrevistas a 37.292 colaboradores de 26 organizações públicas e privadas e o índice que mais desceu entre os 12 apurados foi o da “Qualidade”, com uma quebra de 1,8 pontos percentuais.

Pedro d'Orey, diretor executivo do ONRH revela que “há nove anos que estes resultados são divulgados auxiliando os gestores de recursos humanos das organizações a verificar os fatores com maior impacto na satisfação dos seus quadros e a desenvolver melhorias”. O especialista refere que “houve periodos em que os índices registaram aumentos e essa foi uma tendência que se verificou nos últimos anos. Mas em 2009 e 2010 começaram a ocorrer algumas oscilações com decréscimos em todos os níveis de análise”.



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