Um estudo recente realizado pela consultora Hays, em parceria com a Oxford Economics, dava conta de que dezoito das 30 principais economias mundiais registavam algum tipo de escassez de competências, dificultando aos recrutadores a missão encontrar os talentos necessários e certos para as suas equipas. O mesmo estudo coloca Portugal entre os quatro países com pior classificação do desajuste entre a oferta e a procura de competências no mercado de trabalho. Os resultados da análise à evolução das ofertas de emprego, publicadas no Expresso Emprego durante o mês de novembro, comprova-o. O Expresso cruzou o número e área das ofertas de emprego publicadas, com o perfil dos candidatos registados no expressoemprego.pt, à procura de novas oportunidades de trabalho, e concluiu que há oportunidades que os candidatos não estão a aproveitar.
Engenharia, Tecnologias de Informação e Telecomunicações, são áreas conhecidas pela sua dinâmica de recrutamento e pelo número de oportunidades de trabalho que geram. A realidade é que qualquer uma destas áreas consegue gerar mais vagas do que os candidatos disponíveis. A disparidade é mais flagrante na área das Tecnologias de Informação. Na semana de 18 a 24 de novembro, o sector registou com 136 oportunidades de emprego ativas e apenas 25 candidatos com perfil compatível estavam disponíveis. Mas há sectores que surpreendem por esta carência de profissionais face às oportunidades divulgadas. Na mesma semana, Banca, Seguros e área Financeira, Gestão de Recursos Humanos, Saúde, Retalho, Turismo, Hotelaria e Restauração, Energia e Ambiente e Compras, Logística, Transportes e Distribuição, geraram oportunidades mas registaram carência de profissionais disponíveis com as competências solicitadas.
No último mês, entre as 833 ofertas divulgadas, as TI e a Engenharia voltaram a destaca-se pelo volume de oportunidades geradas, ainda que áreas como a gestão ou os perfis mais comerciais, se tenham também destacado pela crescente dinâmica na procura de reforços para as suas equipas. Numa altura em que o relatório da Hays, coloca Portugal entre os países que “não estão a conseguir gerar as competências e o talento que os empregadores procuram”, alguns dos principais especialistas nacionais em recrutamento aconselham os candidatos a não fecharem as portas à possibilidade de uma reconversão profissional que pode ser garantia de empregabilidade, sobretudo para perfis mais seniores. Segundo Amândio da Fonseca, presidente da Egor, “os novos desempregados reúnem um capital de conhecimentos e experiências que seria um crime desperdiçar”. A reconversão profissional e a aposta em áreas com carência de profissionais é uma das soluções. O desafio é o da adaptação à mudança e o investimento na requalificação.
Quem recruta mais*
Num mês marcado por um reinvestimento das empresas em novas contratações, o Top 10 dos maiores recrutadores do Expresso Emprego comprova a dinâmica crescente de sectores como as Tecnologias de Informação (TI), Banca e área Financeira e Indústria. À semelhança do que vem sendo hábito nos últimos meses, o ranking combina oportunidades em território internacional, com vagas disponíveis para mercados internacionais. A tendência certifica a competência reconhecida aos profissionais portugueses que têm conseguido destacar-se pelas suas competências em mercados globais.
1º Instituto de Informática - Confiança e Inovação
2º NORS
3º Millennium Angola
4º Hutchinson
5º InnoGames
6º OptiHome
7º Grupo Entreposto
8º Banco de Portugal
9º IFC - International Finance Corporation
10º Gomà-Camps Portugal
*Os dados deste ranking não incluem ofertas de trabalho anónimas ou veiculadas através das empresas especializadas em recrutamento e seleção.