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Porto quer cativar alunos estrangeiros

26.12.2003


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Cátia Mateus

A UNIVERSIDADE do Porto (UP) quer abrir as suas portas a mais estudantes estrangeiros. A instituição de ensino tem, apesar das várias restrições legais que limitam o acesso destes estudantes às universidades lusas, uma taxa considerável de jovens oriundos de vários países.


A maior frequência faz-se nos cursos de pós-graduação e mestrado, mas para a UP "é altura de facilitar a sua entrada nas nossas licenciaturas". Brasil, Europa e países Asiáticos (começando pela Tailândia são, na opinião de José Ferreira Gomes, vice-reitor da instituição, "pontos de interesse na estratégia de cativar alunos".

O regime rígido que regulamenta o acesso ao ensino superior em Portugal é, para José Ferreira Gomes, "um forte entrave à entrada livre de estudantes estrangeiros nas universidades portuguesas". Diz o vice-reitor da UP que "a maioria dos estudantes estrangeiros que temos entrou ao abrigo dos regimes especiais, por ser proveniente dos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) ou por se tratarem de filhos de emigrantes".

A estes acrescenta a frequência de estudantes integrados nos programas comunitários de intercâmbio, como o Erasmus. Uma realidade que merece o aplauso de José Ferreira Gomes, mas que para este responsável é ainda insuficiente. O vice-reitor da UP acredita que a universidade que representa tem capacidade para acolher mais alunos estrangeiros e salienta a necessidade de facilitar a vida a estes estudantes em matéria de acesso às universidades portuguesas.

Actualmente, explica o vice-reitor, "é praticamente impossível para um aluno que não tenha concluído o ensino secundário em Portugal ingressar no nosso ensino superior". José Ferreira Gomes mostra alguma esperança na nova legislação actualmente em análise e avança que a UP está já a trabalhar no terreno para conseguir cativar estudantes estrangeiros. "Temos na UP vários tipos de estudantes estrangeiros com predominância para os que têm curtos períodos de permanência (Erasmus e outros programas); protocolos de intercâmbio com universidades estrangeiras", explica.

Ao nível de pós-graduações e mestrados a "fatia" de estrangeiros representa 10% da comunidade estudantil. Se considerarmos a licenciatura, a percentagem baixa para os 5%.

José Ferreira Gomes anuncia que a meta passa por aumentar qualquer uma destas percentagens com particular incidência na segunda. Entre as várias estratégias adoptadas, o vice-reitor fala de uma participação activa na delimitação de uma nova regulamentação de acesso ao ensino superior para estrangeiros, de uma aposta estruturada no acolhimento destes estudantes no seio académico e de um investimento de peso na promoção da imagem da UP em vários países
.
Além da Europa, dos Estados Unidos e do Brasil, a Tailândia apresenta-se como um importante ponto de investimento da UP na altura de cativar alunos. "Por ano temos cerca de cinco alunos de mestrado provenientes deste país e há uma particular apetência destes estudantes pela área da Arquitectura. Pensamos que o estreitar de relações com a Tailândia poderá ser uma excelente porta de entrada para outros países asiáticos", destaca.

Na mesma linha de acção, a UP promoveu recentemente a criação da Associação de Estudantes Brasileiros para apoiar os estudantes desta nacionalidade no meio estudantil. Todavia, José Ferreira Gomes salienta a existência de várias parcerias e projectos, nomeadamente com a Europa e os PALOP com quem Portugal mantém há anos programas de intercâmbio.

Projectos válidos e que "se deseja que atraíam ainda mais estudantes para uma Europa que pretende recuperar a supremacia perdida para os Estados Unidos após a Segunda Grande Guerra, em termos de atracção de alunos estrangeiros", conclui.





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