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Porto ganha pontos no campeonato dos centros de tecnologias

Porto ganha pontos no campeonato dos centros de tecnologias

Euronext cria 140 empregos na cidade. Banco Natixis vai gerar mais 600 em 2019.

20.03.2017 | Por Pedro Lima e Margarida Cardoso


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São, para já, 115 profissionais qualificados, mas em breve deverão ser 140. Esta é uma das faces visíveis da instalação do centro tecnológico da Euronext no Porto, que permite alimentar a ambição de tornar a cidade — e o país — cada vez mais um espaço de acolhimento de centros de competência de multinacionais. Houve mais de 500 candidatos, dos quais cerca de 400 foram entrevistados. Quase todos os trabalhadores são portugueses, alguns dos quais estavam fora de Portugal e regressaram agora ao país para colaborar neste projeto. E já houve quem fosse abordado para ir trabalhar para outros projetos que vão instalar-se no Porto, nomeadamente um centro de tecnologias de informação do banco francês Natixis, conforme explicou o presidente da Euronext, Stéphane Boujnah. Este investimento do Natixis permitirá criar 600 novos empregos e levará à colocação de parte significativa dos serviços informáticos do grupo em Portugal — que são atualmente prestados por fornecedores externos —, com inauguração prevista para 2019.

Longe vai o tempo em que se antevia que a Bolsa portuguesa iria restringir-se a um mero escritório de representação do grupo Euronext em Portugal, com um número residual de pessoas. Era um tempo em que este grupo — criado em 2001 pela fusão das bolsas de Paris, Amesterdão e Bruxelas e depois, em 2002, da Bolsa de Lisboa — tinha avançado para voos mais altos, com a fusão com a Bolsa de Nova Iorque. A então NYSE Euronext tinha ambições muito maiores, e Portugal corria o risco de esvaziamento, acompanhando o esvaziamento do próprio mercado de capitais português.

Com o recuo da fusão entre americanos e europeus, ocorrida em junho de 2014, a Euronext voltou a focar-se na Europa. E eis que, afinal, Portugal passou a ter um papel incontornável — mais precisamente o Porto —, ao ponto de se tornar no segundo país mais relevante em número de pessoas, logo a seguir a França. Tudo graças à decisão de instalar em Portugal o centro tecnológico do grupo.

Porquê Portugal, porquê o Porto? Stéphane Boujnah veio esta semana ao Porto para a inauguração do centro e explicou a escolha. Disse que o facto de haver em Portugal profissionais extremamente qualificados e com visão global foi determinante. Este centro estava instalado em Belfast, na Irlanda do Norte, mas tinha “as pessoas certas no local errado”. Atendendo a que Portugal é um país praticamente fundador da Euronext e que os talentos que há no país custam o mesmo ou até menos do que em Belfast, isso ajudou à tomada de decisão.“O talento dos pós-graduados em Portugal, em geral, e no Porto e arredores, em concreto, nomeadamente nas engenharias, é impressionante”, disse Boujnah, destacando a “enorme qualidade e a rapidez com que os nossos colegas do Porto conseguiram assumir importantes responsabilidades operacionais”.

O centro acolhe todas as operações e a gestão dos serviços de tecnologias de informação. Também é ali que é acompanhada a parte de engenharia informática e o desenvolvimento de software ligado às soluções de mercado e os projetos de cibersegurança. O responsável da Euronext tratou de deixar claro que o “Porto não será a Bangalore” do grupo Euronext, numa referência à cidade indiana conhecida internacionalmente pela presença de empresas de serviços da área das tecnologias e telecomunicações, devido à abundância de recursos humanos a baixo custo. E agradeceu, além de ao Governo, à Câmara Municipal do Porto e às universidades do Porto, Minho, Aveiro, Instituto Superior de Engenharia do Porto, Porto Business School e Universidade Católica do Porto.

Melo Bento, responsável pelo centro tecnológico, tinha referido recentemente, numa conferência da consultora imobiliária Cushman & Wakefield, que “45% das pessoas que trabalham com tecnologia na Euronext ficam no Porto”. Na escolha do Porto, disse, “pesou a universidade, os centros de tecnologia e a oferta de recursos na área da engenharia”. “Um dos principais desafios na concretização do projeto do centro tecnológico são os recursos humanos. As pessoas que se formam aqui em tecnologia muitas vezes não se fixavam no Porto. Assim, convidámos pessoas de Lisboa a vir para o Porto e também do estrangeiro. Eu próprio vim de Lisboa”, acrescentou.



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