A maioria dos profissionais seniores atribuem aos diretores de Recursos Humanos e aos técnicos de recrutamento a culpa do que dizem ser uma “discriminação pela idade”. A verdade é que seguindo os especialistas, é mais provável que estes profissionais estejam a ser discriminados pelos filtros de pesquisa gerados no computador. Segundo os especialistas do site Carrerealism, “a maioria dos candidatos na faixa etária dos 50 anos não tem noção de que a tecnologia que utilizam para se candidatar a uma vaga de emprego, pode estar a excluí-los do processo”. Para os especialistas esta é, de resto, uma das principais razões pela qual muito seniores não são chamados para entrevistas.
As bases de dados ou sistemas de deteção de candidaturas utilizadas pelas empresas, candidatos e especialistas em recrutamento para compilar e analisar currículos e candidatos, são naturalmente capazes de determinar o nível de experiência que um profissional possui. Quando um recrutador pesquisa uma desta bases de dados, um dos seus primeiros crivos é filtrar a lista pelos anos de experiência de determinado candidato. Em função disto, a base de dados retirará da lista todos os candidatos que não cumpram os requisitos da pesquisa determinada, sem sequer lhes dar hipótese de chegar á entrevista. Razão pela qual, para os peritos deste site de gestão de carreira, um currículo ou um perfil de Linkedin muitos detalhados podem não ser uma boa estratégia para conseguir emprego. Baralhado?
Para os especialistas do Careerealism, “mesmo que as empresas e os recrutadores não tenham intenção de discriminar os profissionais seniores, a tecnologia que utilizam acaba por fazê-lo”. Para contornar esta questão, os especialistas aconselham os canditados mais seniores a ter alguns cuidados na elaboração dos seus currículos online, seja no Linkedin ou em sites de candidatura. Além de ser aconselhável escolher sempre uma foto profissional e cuidada para se apresentar, é igualmente determinante ter cuidado com tudo o que são datas associadas ao seu currículo. “É atualmente um comportamento padrão entre os profissionais acima dos 30 anos, não colocarem datas relacionadas com a sua formação académica nos CVs e Linkedin”, explica o site de gestão de carreira que aconselha mesmo a omitir todas as datas que sejam anteriores ao ano 2000.
Na experiência profissional o processo pode ser um pouco mais complexo, mas ainda assim não é impossível de ultrapassar. Os especialistas aconselham a que separe as experiências anteriores ao ano 2000 das mais atuais. Nas primeiras deverá omitir as datas em que exerceu atividade, colocando ao invés disso o tempo que permaneceu em funções. A estratégia, garantem, poderá gerar impactos positivos nos processos de recrutamento.