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Países falham aposta no talento

Países falham aposta no talento

Está entre os conceitos bandeira das principais organizações mundiais, mas pode afinal ser apenas mais um chavão. Um estudo recente do World Economic Forum, realizado com o apoio da consultora Mercer, que mede a capacidade dos países em estimular o talento através do desenvolvimento de competências, deixa claro que na generalidade dos países, o investimento no talento e na sua qualificação ainda não passa da teoria à prática.

06.11.2015 | Por Cátia Mateus


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“O talento, e não o capital, será o factor-chave que conjuga inovação, competitividade e crescimento no século XXI. Para promover o talento, e consequentemente o seu potencial de crescimento, será necessário realizar algumas mudanças e olhar para além dos ciclos eleitorais dos relatórios trimestrais”. É desta forma que Diogo Alarcão, country leader da Mercer, resume os desafios atuais da gestão de talento e do seu desenvolvimento.

Num comentário às conclusões do estudo “Capital Human Report”, desenvolvido pelo World Economic Forum com o apoio da Mercer, recentemente divulgado, que demonstra que os países ainda estão longe de valorizar o desenvolvimento do talento dos seus profissionais, o líder da consultora sublinha que no contexto empresarial atual o talento é mais relevante do que o capital para a competitividade e crescimento, e enfatiza a necessidade de um “diálogo, colaboração e estabelecimento de parcerias entre todos os sectores, como aspetos cruciais para um alinhamento entre a escola, o Governo e as empresas neste aspeto importante que é a promoção do capital humano em Portugal”.

?Carências transversais
?Em 124 países analisados, à luz de 46 indicadores, tendo em conta o investimento realizado nas várias geografias no desenvolvimento de competências e talento dos profissionais, Portugal ocupa a 38ª posição, registando uma percentagem de 74,5% de desenvolvimento e utilização de capital humano. A posição do país é mesmo mais favorável do que a registada, por exemplo, na vizinha Espanha que ficou na 40ª posição, tendo sido penalizada por pontuações relativamente baixas nos campos das medidas de educação, aprendizagem ao longo da vida, taxas de participação no mercado de trabalho e desemprego. A liderar a tabela - que considera uma abordagem ao longo da vida, avaliando níveis de educação, de competências e de emprego disponíveis para as pessoas em cinco faixas etárias - está a Finlândia que pontua 86% no investimento no capital humano, logo seguida pela Noruega, Suíça, Canadá e Japão. Entre as grandes economias, a França figura na 14ª posição enquanto os Estados Unidos se fixam na 17ª, com uma pontuação abaixo dos 80%.

“O índice mostra que todos os países - tanto os ricos como os pobres - ainda têm de otimizar o seu capital humano e apela a um novo modelo de crescimento centrado nas pessoas”, explica Diogo Alarcão. Para o líder da Mercer, o “Human Capital Index” é uma ferramenta crítica para as organizações a nível global, permitindo “determinar as questões mais prementes com impacto na disponibilidade de talento e adequação em todo o mundo, bem como identificar os assuntos que têm potencial de impactar o sucesso dos negócios do futuro”. Ambições que Diogo Alarcão classifica de “valiosas para orientar a alocação do desenvolvimento da população ativa e dos investimentos a realizar”, sobretudo, considerando a sua convicção de que o talento será o factor-chave para o desenvolvimento das empresas a nível global.



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