Vítor Andrade
vandrade@mail.expresso.pt
OS SINDICALISTAS garantem que enquanto continuar a haver
contratos a termo, remuneração do trabalho através
de falsos recibos verdes e trabalho a tempo parcial, a instabilidade será
sempre uma constante e, consequentemente, a pouca motivação
para trabalhar resultará sempre em fracos níveis de produtividade.
Sobre este tipo de discurso até parece pairar um certo tom ameaçador,
com uma forte componente reivindicativa - o que é legítimo.
Aliás, nem seria de esperar outra atitude da parte de quem representa
os interesses dos trabalhadores. Afinal, teme-se, sobretudo, pela falta
de segurança laboral.
Acontece, porém, que as empresas só vão poder assegurar
trabalho se houver quem o execute e, preferencialmente, bem.
Os empresários só poderão garantir postos de trabalho
e contratação sucessiva de mão-de-obra se a houver
disponível com elevados graus de formação e, acima
de tudo, carregada de motivação.
Sempre que estes dois vectores (capacidade empreendedora e ambição
profissional) se cruzam com sucesso o desenvolvimento empresarial acontece,
e a segurança laboral instala-se automaticamente.
As boas condições de trabalho surgem naturalmente e as oportunidades
multiplicam-se por si próprias.
É, pois, necessário - ou talvez mesmo urgente - um compromisso
ambicioso entre quem emprega e quem se dispõe para trabalhar.
A economia pode estar em crise, mas o espírito vencedor tem de
prevalecer.