Maribela Freitas
Bolsas de estudo pretendem motivar alunos a seguir cursos
de urbanismo
A ASSOCIAÇÃO Profissional dos Urbanistas Portugueses (APROURB)
vai conceder bolsas de estudo no próximo ano lectivo aos alunos
que ingressem num curso de urbanismo.
Com esta acção a instituição quer aumentar
o número de alunos inscritos nestes cursos, bem como garantir
no futuro um maior número de profissionais num mercado carente
destes especialistas.
As bolsas a atribuir pela APROURB destinam-se apenas a duas licenciaturas,
uma de "Urbanismo" ministrada na Universidade Lusófona
de Humanidades e Tecnologias e outra de "Planeamento Regional e
Urbano", da Universidade de Aveiro.
Para Diogo Mateus, presidente desta associação, "são
estas as licenciaturas que para a nossa associação dão
formação específica em urbanismo. Os critérios
que seguimos para esta avaliação são os estipulados
pelo Conselho Europeu de Urbanistas".
Outras formações haverá - ao nível de mestrados
e doutoramentos - que formam também estes especialistas, mas
para já, estas bolsas destinam-se apenas a licenciaturas, vão
ser anuais e apesar do seu número ainda não estar definido,
estima-se que possam ser concedidas entre 20 a 25.
A ideia de criar estas bolsas surgiu "pela diminuição
de alunos verificada no ano passado, nestas licenciaturas",
acrescenta Diogo Mateus. As bolsas destinam-se a ser um auxiliar financeiro
na formação e comparticiparão até 50% das
despesas de um curso de urbanismo e os interessados poderão concorrer
até ao início de Outubro.
Sendo bolsas de mérito, para o primeiro ano em que vão
ser concedidas serão seleccionados os alunos que apresentem as
médias mais elevadas, que serão ainda sujeitos a uma entrevista
sobre as suas motivações para esta área profissional.
Depois, e após o primeiro ano de benefício de uma destas
bolsas, aqueles que obtiverem melhores qualificações na
licenciatura verão a sua bolsa ser automaticamente renovada.
Numa altura em que o ingresso no mercado de trabalho está difícil
pela falta generalizada de emprego, Diogo Mateus explica que "há
falta de urbanistas no mercado de trabalho". De acordo com
os números apontados pela APROURB, essa necessidade deve andar
à volta dos três mil.
Contudo e apesar desta necessidade, o ingresso de um destes especialistas
no mercado não é fácil. "O grande empregador
de urbanistas são as autarquias e, neste momento, estas não
estão a integrar ninguém nos seus quadros. Além
disso, existe mercado de trabalho, mas os recém-licenciados não
podem querer permanecer todos na zona de Lisboa", refere Diogo
Mateus.
A APROURB foi oficialmente criada em 2002, conta com 40 associados e
pretende no futuro promover estágios profissionais. Já
este ano, e além de várias iniciativas que realizou, entregou
uma petição na Assembleia da República reivindicando
a necessidade de um melhor urbanismo e mais formação na
área.