Cátia Mateus
O «FRANCHISING» continua em Portugal a ser um modelo de negócio
em crescimento. De acordo com Eduardo Miranda, presidente do Instituto
de Informação em Franchising (IIF), «Portugal tem
já 400 marcas a expandirem-se no mercado através deste sistema».
A poucos dias do início de mais uma edição da Expofranchise
- que decorre de 21 a 23 de Maio, na FIL do Parque das Nações,
em Lisboa -, o responsável avança que, anualmente, este
modelo de negócio gera cerca de 3000 novos postos de trabalho em
todo o país.
Eduardo Miranda garante que o certame espelha as modificações
que foram ocorrendo no mercado de trabalho nos últimos dez anos.
Para aquele dirigente, além de ser um catalizador do espírito
empreendedor, a «feira do franchising» é uma oportunidade
de criação de auto-emprego, que tem vindo a expandir-se
nos últimos anos.
Na última edição da Expofranchise o balanço
foi positivo: 10 mil visitantes, 200 novos negócios criados. Eduardo
Miranda espera que estes valores aumentem na edição que
se anuncia e diz não ter dúvidas de que o sucesso deste
modelo empresarial foi acompanhado de uma mudança considerável
da atitude dos portugueses em relação ao trabalho.
«Desde que iniciámos o certame, em 1996, ocorreram muitas
mudanças, tanto ao nível da noção de emprego
como da segurança na carreira», explica Eduardo Miranda.
Para este responsável, um dos grandes entraves à expansão
do «franchising» era a cultura de emprego garantido. O profissional
com uma vida financeira estável e contrato efectivo de trabalho
teria pouca propensão a empreender, mas hoje a realidade é
outra.
Para Eduardo Miranda, «nada mais é garantido, mesmo no
mundo do emprego fixo». O risco passou a fazer parte do mundo
do emprego e, entre arriscar trabalhando para terceiros e fazê-lo
num negócio próprio, muitos começaram a considerar
a segunda opção. Talvez por isso, Eduardo Miranda não
tenha dúvidas de que «o estado actual do 'franchising'
em Portugal é um espelho das mudanças do mercado de trabalho».
Um impacto visível no perfil dos visitantes da Expofranchise. «Nas
primeiras edições do certame, o visitante era um curioso
sem intenção de investir», explica. Hoje, são
menos comuns as enchentes de curiosos, há mais gente disposta a
apostar e oportunidades de negócio com menor investimento inicial.
Para Eduardo Miranda, esta tendência de acessibilidade crescente
ao «franchising» materializa cada vez mais uma lógica
de criação de auto-emprego.