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Mulheres ganham terreno nos negócios

Mulheres ganham terreno nos negócios

As mulheres partiram à conquista do universo empresarial e estão a ganhar terreno a cada ano que passa. Em Portugal as empresas femininas já representam 33% dos novos negócios criados.
11.02.2011 | Por Cátia Mateus


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O talento não tem género e o universo empresarial é disso um exemplo. O empreendedorismo feminino tem vindo a ganhar cada vez mais terreno no tecido económico nacional, estimando-se que cerca de 33% das empresas criadas atualmente em Portugal sejam fruto da iniciativa feminina. Os dados foram esta semana avançados pela vice-presidente da Associação Portuguesa de Mulheres Empresárias (APME), Isabel Neves, durante uma mesa redonda realizada em Évora em parceria com a Associação de Desenvolvimento Regional do Alentejo (ADRAL).

“O empreendedorismo feminino tem vindo a registar um grande crescimento nos últimos anos o que conduziu a que hoje, cerca de um terço das empresas criadas no país sejam de mulheres”, explica Isabel Neves. Segundo a vice-presidente da APME, esta evolução favorável do empreendedorismo feminino em Portual está sustentada por dois fatores de peso: o aumento da presença feminina nas universidades e a elevada taxa de mulheres que se viram a braços com situações de desemprego, nos últimos anos.

É facto comprovado que as mulheres estão cada vez mais preparadas para empreender e com menor risco de fracasso. “As mulheres dominam hoje o número de estudantes nas universidades e nos cursos intermédios o que faz com que se sintam mais preparadas para arriscar”, explica Isabel Neves sem deixar de lado outro importante fator que justifica também este movimento empreendedor: o desemprego. “A taxa de desemprego nas mulheres é também significativamente maior do que a do os homens e isso também as leva a optar pela via do empreendedorismo para fazer frente a esta situação”, explica a vice-presidente da APME.

Contrariando a crise e adversidade económica, as mulheres parecem encontrar na via do empreendedorismo uma porta aberta para a empregabilidade que o mercado tema em negar-lhes. E este é um caminho que escolhem cada vez mais cedo. Segundo Isabel Neves, “as mulheres arriscam na criação do seu próprio negócios, regra geral através da constituição de pequenas empresas, cada vez mais cedo. Esta é para muitas a única forma de fugirem ao desemprego”. E embora no país se tenham vindo a dar grandes passos em matéria de igualdade, a verdade é para a especialista ainda há um longo caminho a percorrer em matéria de paridade empresarial. “Deram-se grandes passos mas o patamar ideal ainda não foi atingido”, confessa Isabel Neves.

Existem hoje instrumentos diversos para encurtar a distância entre homens e mulheres no mundo empresarial, mas Isabel Neves enfatiza a ideia de que esta é uma revolução que só será ganha tendo na sua base “uma mudança de mentalidades que permita que as mulheres possam conciliar a sua vida profissional, pessoal e familiar”.
Paralelamente, existe também diversos programas de apoio ao empreendedorismo feminino que procuram não só fomentar a iniciativa empresarial entre as mulheres, mas também minimizar o risco de fracasso destes projetos pela via da consultoria e formação. Um desses projetos, do qual a APME e a ADRAL são representantes portugueses, é o Enterpreneurship Methodology Mediterranean Assistance (EMMA).

O programa é cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e tem parceiros em Espanha, Itália e Grécia. O programa foi criado com a missão de realizar um levantamento do perfil das empreendedoras do Sul da Europa e bacia do Mediterrâneo, procurando fomentar o empreendedorismo, colocar as empreendedoras numa rede que lhes permita partilhar entre si experiências, traçar quais as suas necessidades formação e alargar os seus horizontes de intervenção.

Uma das faces visíveis deste projeto foi a realização em Évora desta conferência onde a igualdade foi tema de destaque. “Esta mesa redonda dirigiu-se a empreendedoras, mulheres que enfrentam o desemprego ou que podem vir a enfrentar, procurando fornecer-lhe as ferramentas necessárias para se lançarem no mundo empresarial, com a convicção de que independentemente do género há que dar oportunidade ao talento”, conclui Isabel Neves.

Dona Empresa está de volta

A APME prepara-se para colocar de novo na estrada o programa Dona Empresa, pensado para ajudar as mulheres empresárias na criação e consolidação dos seus projetos empresariais. A associação vai voltar a realizar sessões de formação e consultoria para projetos geridos no feminino. Alentejo, Norte e Centro do país são as regiões selecionadas pelo atual Quadro Comunitário.

Com as candidaturas abertas em permanência, a adesão a este programa tem vindo a registar um crescimento cada vez maior. A direção da APME explica que existem neste momento 76 candidaturas para dar resposta e que as ações deverão arrancar já no primeiro ou segundo trimestre de 2011. “Cada ação tem 16 vagas e uma duração de 157 a 165 horas. As candidaturas estão sempre abertas e chamamos as pessoas quando iniciamos uma nova ação”, esclarece a associação.

Este ano, o número de horas de formação foi reduzido mas a formação oferecida mantém o seu carácter generalista. Motivação e determinação, organização e gestão, acesso à actividade económica, marketing e mercados, gestão financeira, gestão de produção, novas tecnologias da informação, incentivo ao investimento e avaliação da acção são algumas das áreas a abordar, após as quais se seguirá uma fase de consultoria específica para cada empresa criada, com a colaboração de especialistas em diversas áreas. Segundo a APME, a maioria dos negócios criados são na área dos serviços de proximidade e ao final de dois anos, garante, “a taxa de sobrevivência destas empresas é de 80%”.



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