Trabalham desde 2013 sem auferir remuneração na empresa da criaram e estão totalmente orientados para o desenvolvimento de um projeto que tem muito a dar à ciência. Ao fim de cinco anos de investigação, desenvolvimento e implementação de ensaios in vivo em ovos de galinha no Ipatimup (instituto de referência internacional em investigação em cancro), a dupla de jovens investigadores Amílcar Gomes e Marta Pinto decidiu que era tempo de disponibilizar a sua plataforma científico-tecnológica a outros.
A Expertus está no mercado e mereceu este ano a distinção da Associação Nacional de Jovens Empresários que reconheceu o mérito ao projeto, integrando-o na restrita lista de finalistas ao Prémio Jovem Empreeendedor.?“A empresa surgiu porque existe a necessidade de obter modelos vivos de confiança e eficientes em termos de custo e tempo que permitam prever a resposta a drogas anti-tumorais”, explica Marta Pinto enfatizando que “esta é uma necessidade transversal a todo o processo de desenvolvimento de drogas, desde a investigação básica e fundamental, passando pelos estudos pré-clínicos em animais, até aos ensaios clínicos em humanos”. É este o objetivo da Expertus.
A empresa desenvolve e realiza ensaios para prever a resposta a tratamentos contra o cancro com base na utilização de ovos de galinha transplantados com amostras de tumores de doentes. Este método de ensaio inovador possibilita a farmacêuticas e investigadores, não apenas acelerar processos de economizar dinheiro. Comparativamente aos testes realizados em ratos, por exemplo, este processo é três vezes mais rápido e 50% mais barato, “além de ter como vantagem o facto de não ser limitado por regulamentos éticos”, realçam os empreendedores.?Com um sólido conhecimento científico nesta área de atuação, validado internacionalmente pela publicação em revistas da especialidade (peer review), a equipa equipa acredita que esta é uma área com potencial de negócio.
Na criação da Expertus investiram apenas o capital social que esperam recuperar no próximo ano. “Até ao momento a empresa tem sido 100% financiada pelos promotores e pelos clientes (investigadores e farmacêuticas”, refere Amílcar Gomes. A equipa obteve um subsídio de apoio à contratação e está agora focada na expansão do seu projeto. A versatilidade do modelo de negócio não coloca entraves a que possa ser utilizado em múltiplos contextos. Para já, a área oncológica é a grande aposta da empresa.
BI EMPRESARIAL
Promotores:?
Amílcar Gomes, 31 anos, licenciado em Marketing e Publicidade?
Marta T. Pinto, 38 anos, licenciada em Bioquímica
Área de atividade:
Investigação e desenvolvimento na área das ciências naturais e biotecnologia, aplicadas à saúde.
Data de criação:
Setembro de 2013.
Empregos criados:
Um, além dos promotores que continuam a trabalhar sem auferir rendimentos por parte da empresa.
Investimento inicial:
Apenas o capital social da empresa.
Principais dificuldades:?
“A principal dificuldade surge na manutenção e no fomento da empresa. As despesas são constantes, muitas delas fixas, ao contrário dos rendimentos, quase sempre variáveis”, explicam.??
Público-alvo:
“Investigadores que pretendam validar in vivo potenciais alvos terapêuticos, farmacêuticos e CRO's a desenvolver drogas anti-tumorais em fases pré-clínicas, que pretendem resultados rápidos e confiáveis que lhes permitam reduzir o número de ensaios em ratinhos”.