Cátia Mateus
Noutros países o método está perfeitamente enraizado, mas por cá só nos últimos anos o «e-learning» enquanto método de aprendizagem e valorização profissional ganhou maior dinamismo. Primeiro nos cursos de curta duração, depois nas licenciaturas e agora nos mestrados, este método de ensino está a ganhar cada vez mais adeptos entre os portugueses. E à mesma velocidade a que crescem os «e-learners» cresce também o número de instituições de ensino a apostar neste sistema, aumenta o número de cursos e também a sua diversidade. O mercado está a crescer.
A Universidade Aberta (UA) terá sido uma das pioneiras do ensino à distância no país, Em 2000 esta instituição inaugurou um curso de formação para formadores em regime de «e-learning». Há quatro anos alargou a sua oferta para os mestrados, antes mesmo das licenciaturas que só deverão arrancar no próximo ano lectivo. Uma opção que o pró-reitor da UA, António Teixeira, explica com o facto de os alunos de mestrado serem em menor número que os das licenciaturas e terem mais autonomia. Dos 10 mil alunos inscritos na instituição, cerca de 200 estão já em regime de «e-learning». Um número que leva o reitor a considerar que vale a pena investir nesta metodologia de ensino quem tem, segundo argumenta, inúmeras vantagens. “Os alunos que recorrem ao «e-learning» são, regra geral, pessoas já com a sua vida organizada, o seu trabalho e por isso não conseguem encaixar na sua agenda aulas presenciais normais, que impliquem a deslocação a determinado local, e para eles o facto de não haver horários fixos e existir uma maior flexibilização são vantagens”, explica António Teixeira.
Em matéria de perfil, o responsável esclarece que “já passaram pelos mestrados em «e-learning» da UA pessoas na casa dos 40, 50 e 60 anos. Turmas bastante heterogéneas que tornam a experiência muito enriquecedora para os seus participantes”. No próximo ano lectivo a oferta de «e-learning» da UA vai incluir uma dezena de mestrados e cinco licenciaturas para dar resposta à crescente procura do mercado,
Também na Universidade do Minho (UM), o «e-learning» tem vindo a cativar alunos, mas numa modalidade distinta. Esta instituição, segue um modelo que combina a vertente presencial com o ensino electrónico à distância, num sistema misto designado por «b-learning» ou «blended learning».
“Este modelo de ensino arrancou na Universidade do Minho há cerca de sete anos, com experiências isoladas e abrangendo professores de vários departamentos”, explica Luís Amaral, pró-reitor da universidade para a área do «e-learning». Actualmente, cerca de cinco mil dos 15 mil alunos da UM utilizam a plataforma, no âmbito das 260 disciplinas dos vários cursos da instituição que já recorrem ao «e-learning» para complementar a componente presencial.
Segundo Luís Amaral, “a aposta no «e-learning» foi um fenómeno mais ou menos simultâneo na Universidade do Minho, na de Aveiro e na Nova de Lisboa”. O responsável explica que apesar do sucesso do «e-learning» na UM, a instituição está a fazer um esforço de massificação para integrar ainda mais alunos e disciplinas neste sistema. Contudo, “a curto prazo não é intenção da UM substituir o ensino presencial pelo virtual”, conclui.