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Mercado de trabalho resiste à guerra

Mercado de trabalho resiste à guerra

A taxa de desemprego em Portugal recuou no primeiro trimestre, para 5,9%, e o emprego aumentou, ultrapassando 4,9 milhões de pessoas

13.05.2022 | Por Rita Robalo Rosa e Sónia M. Lourenço


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Desemprego em baixa e emprego em alta, com recuperação de postos de trabalho no turismo e nas atividades administrativas — ainda que mantendo- se aquém dos valores observados antes da pandemia. Assim se pode traçar, em largas pinceladas, o retrato da evolução do mercado de trabalho português no primeiro trimestre deste ano, que, segundo os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta semana, está a resistir ao impacto da guerra na Ucrânia e da escalada da inflação. Uma evolução em linha com o crescimento da economia no primeiro trimestre, que com uma expansão de 11,9% em termos homólogos surpreendeu pela positiva.

Comecemos pela taxa de desemprego, que recuou para 5,9%, abaixo dos 6,3% do último trimestre do ano passado e, também, dos 7,1% contabilizados pelo INE no primeiro trimestre de 2021. Mais ainda, é o segundo valor mais baixo da atual série de dados do INE, que começa em 2011, só atrás do segundo trimestre de 2020, quando os efeitos do primeiro confinamento geral do país distorcem os dados. Também a taxa de desemprego jovem (entre os 15 anos e os 24 anos) recuou, para 20,6%, ainda que permanecendo acima dos valores pré-pandemia.

Ao mesmo tempo, o emprego aumentou, atingindo 4,9 milhões de pessoas, mais 0,4% que no último trimestre de 2021 e mais 4,7% em termos homólogos. Explicação? Na comparação com o primeiro trimestre de 2021 — onde há um efeito de base importante a considerar, já que esse período ficou marcado pelo segundo confinamento geral do país — destacam-se, em termos sectoriais, as atividades administrativas e dos serviços de apoio; a área da informação e comunicação; e o alojamento, restauração e similares.

Apesar disso, nem todos os sectores apresentam valores acima do período pré-pandemia, ainda que, em termos agregados, o emprego em Portugal já esteja acima dessa altura. É o caso do alojamento, restauração e similares, que regista uma perda de 33 mil postos de trabalho face ao primeiro trimestre de 2019, sinalizando que ainda há um caminho a percorrer no turismo para recuperar os níveis registados antes da pandemia. Também as taxas de desemprego a nível regional, lideradas pela Madeira e pelo Algarve — onde o turismo tem um grande peso no emprego — apontam no mesmo sentido. Em sentido inverso, a área da saúde e do apoio social, as atividades de informação e comunicação, e o sector da Educação contabilizam os maiores ganhos de emprego face ao primeiro trimestre de 2019.

O aumento do emprego no arranque de 2022 foi acompanhado por uma ligeira redução da precariedade do trabalho, que na recuperação da crise pandémica se mantém abaixo dos valores registados até 2019. A proporção de trabalhadores com contratos a termo e de outro tipo — que abrangem, por exemplo, os contratos de prestação de serviços — no total de trabalhadores por conta de outrem desceu para 16,1%.



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