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Quem são os profissionais que as empresas contratam

Quem são os profissionais que as empresas contratam

Mais de 36 mil trabalhadores qualificados mudaram de emprego nos primeiros três meses de ano. Análise da rede social LinkedIn traça o perfil dos profissionais mais disputados pelas empresas

22.04.2022 | Por Cátia Mateus


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Jovens, licenciados em áreas tecnológicas ou engenharias e com até dez anos de experiência em contexto laboral. Estes são os profissionais que as empresas mais recrutam em Portugal. Nos primeiros três meses do ano, mais de 36 mil profissionais mudaram de emprego no país, revelam os dados de uma análise aos fluxos de colocação da rede profissional LinkedIn, realizada trimestralmente pelo consultor e especialista na gestão da plataforma em português, Pedro Caramez. A maioria das mudanças de emprego sinalizadas pelos utilizadores da plataforma ocorreram na área das tecnologias de informação e serviços, mas também marketing e publicidade. A Farfetch lidera o top dos recrutadores que maior número de novos profissionais integraram no arranque de 2022.

Os dados são um espelho do mercado, vinca o consultor Pedro Caramez ao Expresso. Sem surpresa e seguindo aquilo que as empresas têm sinalizado publicamente como tendência, foi na área tecnológica — uma das que registam maiores dificuldades de contratação e escassez de talento em Portugal — que as empresas mais contrataram. “Nos primeiros 90 dias do ano, mais de 36 mil profissionais registados no LinkedIn mudaram de emprego”, explica Pedro Caramez, reforçando que “o número pode, na verdade, até ser superior”. É que, como vinca o especialista — que monitoriza trimestralmente as transições de carreira através da plataforma, recorrendo à ferramenta LinkedIn Sales Navigator —, “esta contabilização é feita a partir dos profissionais que registam uma alteração profissional na rede social, e há muitos que não alteram o seu estado no imediato, fazendo-o três a quatro meses depois”.

Perfis tecnológicos em destaque

Mas mesmo com a limitação sinalizada pelo autor, a análise realizada permite traçar o perfil dos profissionais que estão na mira das empresas, bem como as organizações mais dinâmicas a contratar novos talentos (ver infografia). E o que os dados mostram é que os profissionais qualificados que encontraram nova ocupação nos primeiros três meses têm maioritariamente formação de base tecnológica, engenharia ou gestão e frequentaram universidades públicas da região norte do país, como a Universidade do Minho, Universidade do Porto ou Universidade de Coimbra que figuram no top da lista dos maiores ‘fornecedores’ de talento para as empresas contratantes.

O estudo realizado mostra ainda que perto de 18 mil profissionais que mudaram de emprego tinha entre 6 a 10 anos de experiência profissional. Do total de 36 mil que registaram um novo cargo na plataforma, perto 14 mil integraram grandes empresas. No balanço de entradas e saídas, os dados mostram que a Farfetch foi o empregador que mais contratações (355) fez nos primeiros 90 dias de 2022, posição que “está em linha com a análise de trimestres anteriores”, explica Caramez. Mas a empresa liderada por José Neves figura também na terceira posição da lista das que mais viram sair talento (-416 colaboradores) durante o primeiro trimestre, a seguir à Sonae MC (-555) e à Teleperformance (429).

Em termos funcionais, as áreas de Operações, Engenharia, Desenvolvimento de Negócio e Tecnológicas acolheram a maior parcela dos profissionais que abraçaram novos desafios de carreira no período considerado na análise de Pedro Caramez. Os 36 mil profissionais que mudaram de emprego entre janeiro e março de 2022 correspondem a uma redução 5,2% nas novas colocações registadas na plataforma face ao trimestre anterior, o último de 2021, altura em 38 mil profissionais terão assumido novos cargos

Recorde-se que a plataforma LinkedIn é a rede social de referência das empresas e consultoras de recrutamento para identificação de talento altamente qualificado. A análise realizada por Pedro Caramez deixa de fora a franja de profissionais com grau de qualificação abaixo do ensino superior, pouco representada entre os utilizadores desta rede social.



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