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Hotéis já estão a contratar refugiadas ucranianas

Hotéis já estão a contratar refugiadas ucranianas

Altis, Fátima Hotels e Pestana são dos primeiros grupos a contratar pessoas fugidas da guerra

08.04.2022 | Por Conceição Antunes


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Uma enorme dose de boa vontade de parte a parte e muita paciência — é assim que as primeiras refugiadas ucranianas começam a trabalhar nos hotéis, por iniciativa dos próprios empregadores ou indicação de associações. Os casos ainda são escassos, mas crescentes, sendo os grupos Altis, Pestana e Fátima Hotels dos primeiros a contratar pessoas fugidas da guerra, cuja formação tem sido um desafio, já que a maioria não fala sequer inglês.

“A nossa ideia foi dar trabalho e alojamento gratuito a estas pessoas, que não têm experiência no turismo. É um tiro no escuro. Mas nota-se que têm imensa vontade em trabalhar”, refere Diogo Fonseca e Silva, diretor de operações do Altis, grupo que adaptou um espaço desativado no Olaias Clube para 10 famílias ucranianas viverem. A 1 de abril, seis refugiadas começaram a trabalhar no hotel em Lisboa, prevendo-se para breve a entrada de mais quatro.

Também no hotel Estrela de Fátima começaram a trabalhar duas refugiadas na limpeza de quartos. “Temos uma governanta que é ucraniana, apresentou­ -nos estas pessoas que estavam à procura de trabalho, e foram imediatamente contratadas sem termo. Já antes desta crise os ucranianos eram vistos como um povo sério, leal e trabalhador”, adianta Alexandre Marto, CEO do grupo Fátima Hotels.

O destaque vai para o grupo Pestana, que desde 1 de abril Olena, ex-capitã da polícia ucraniana, e Eugenia, a trabalhar na lavandaria do Hotel Altis já contratou 23 refugiadas nos seus hotéis e pousadas de norte a sul, além de Madeira e Porto Santo, oferecendo alojamento a todos estes trabalhadores e às suas famílias.

Apesar da falta de mão de obra no sector — onde há 40 mil a 50 mil vagas de trabalho, que no limite podem ser preenchidas por refugiados da Ucrânia, segundo a Secretaria de Estado do Turismo —, a verdade é que não é fácil colocar já estas pessoas, mesmo tendo qualificações, na receção de um hotel ou a atender à mesa, dada a barreira da língua, ficando mais limitadas a funções de backoffice, como limpezas ou lavandarias.

Segundo vários grupos hoteleiros, não houve ainda resultado prático das ofertas de trabalho que disponibilizaram na plataforma do Governo criada para refugiados, embora reconheçam que os mecanismos estatais para garantir condições de contratação (atribuição de número de contribuinte e de Segurança Social) têm corrido bem. “É uma integração feita quase boca a boca. Estas pessoas precisam de tempo para se adaptar, muitas delas ainda vêm em estado de choque.

Não esperamos no imediato ter muitas a trabalhar, estamos é disponíveis para as receber”, frisa Alexandre Marto.

“Querem trabalhar, não ser um peso para a sociedade”

As primeiras refugiadas/trabalhadoras chegaram ao Altis por intermédio da Associação Ukrainian Refugees UAPT, que promove voos humanitários semanais que já trouxeram 1052 ucranianos (dos quais 380 crianças), dando também apoio a nível de integração, alojamento e acompanhamento médico. “Sentimos, logo que chegam, a sua vontade em colaborar com a sociedade que as acolhe, não querem ser um peso”, diz Ângelo Neto, responsável institucional da associação, frisando que o ajuste entre quem oferece e procura emprego tem de ser feito neste caso de forma cirúrgica e com o apoio de tradutores da comunidade.

Também a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) alargou a sua plataforma solidária Hospes com vista a reunir ofertas dos associados a nível de emprego, alojamento, bens alimentares ou outros para refugiados da Ucrânia.

Um dos rostos da nova vida em tempo de guerra é Olena Holovchenko, ex-capitã da polícia ucraniana, agora a trabalhar na lavandaria do Altis. Deixou o marido e um filho de 22 anos por período incerto, mas assume com firmeza: “Estou muito agradecida, quero fazer um bom trabalho e não deixar mal quem me empregou.” 



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