Cátia Mateus
AS MULHERES portugueses continuam a ser penalizadas no trabalho. O alerta é feito pelo economista Eugénio Rosa com base num estudo da sua autoria em que constata que «as mulheres portuguesas com maior escolaridade e qualificação profissional ganham pouco mais de metade que os homens nas mesmas circunstâncias». O estudo — que aponta desigualdades graves entre os géneros em termos de realidade laboral — foi sustentado pela análise dos dados mais recentes do Ministério do Trabalho, referentes a 2002.
Segundo Eugénio Rosa, «as desigualdades de remunerações entre homens e mulheres aumentam à medida que cresce o nível de escolaridade e qualificação das mulheres». O autor do estudo revela que, num nível de escolaridade mais baixo (inferior ao ensino básico), o ganho médio das mulheres corresponde a cerca de 80,8% do salário médio mensal dos homens. Contudo, «num patamar de escolaridade ao nível da licenciatura, o salário médio mensal das mulheres corresponde apenas a 66,7% do dos homens», esclarece.
Para o economista, em Portugal, «quanto mais elevado é o nível de qualificação das mulheres maior é a desigualdade da sua remuneração face aos homens». Uma desigualdade que, segundo o autor, afecta também o acesso ao emprego. «Em Janeiro de 2005, o número de mulheres desempregadas, com o primeiro ciclo, inscritas nos centros de emprego era superior em 12,3% ao número de homens nas mesmas condições», conclui.