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Mentalidades bloqueiam mudanças

Mudar procedimentos, projectos e planos estratégicos nas empresas nem sempre é fácil. As mentalidades dos trabalhadores e a própria cultura corporativa enraizada na organização acabam por constituir um forte travão a mudanças que se pretendam implementar na empresa.
17.10.2008


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Marisa Antunes
A tentativa de fazer mudanças nas empresas esbarra quase sempre na mentalidade dos trabalhadores e na cultura corporativa há muito instalada na organização.

Um estudo divulgado esta semana pela IBM, denominado ‘Making Change Work’ analisa a gestão de mudanças de mais de 1500 executivos em 15 países. O resultado mostra que 60% dos projectos empresariais que têm subjacente alterações e inovações em determinadas áreas acabam por não satisfazer completamente os objectivos.

“As pessoas e a cultura corporativa são os maiores obstáculos à implementação da mudança nas empresas”, avança o estudo. “Sessenta por cento dos gestores de projectos e executivos inquiridos afirmam que a mudança de mentalidades e atitudes são o maior desafio à implementação da mudança numa empresa, seguidas da cultura corporativa com 49%”. Curiosamente, factores que pesam mais do que os obstáculos que a escassez de recursos representa.

O novo estudo, intitulado ‘Making Change Work’, desenvolvido pelo grupo de ‘Estratégia e Mudança da IBM Global Business Services’, apresenta uma perspectiva dos desafios que as empresas enfrentam hoje quando confrontadas com a mudança e revela como as empresas devem gerir esse condicionalismo, identificando estratégias para melhorar os resultados dos projectos.

“O ritmo dinâmico da economia globalmente integrada em que vivemos, está a obrigar as organizações a reestruturarem as suas posições tradicionais em relação ao que é ‘normal’ numa empresa”, realça Lawrence Owen, vice-presidente da IBM Global Business Services.

“As empresas têm de antecipar a mudança e desenvolver mais processos sistemáticos de forma a reagir rápida e efectivamente, mantendo-se à frente da concorrência. A capacidade de gerir a mudança deve ser uma competência central para as organizações de hoje”, acrescentou ainda este responsável.

Improviso não dá resultado

O estudo concluiu ainda que existe uma forte relação entre o sucesso dos projectos e a consciência realista dos desafios que a mudança implica. “As organizações que têm uma plena consciência dos desafios numa situação de mudança, duplicam os seus casos de sucesso, além de registarem menos problemas e falhas nos projectos (na ordem dos 27%)”, realça-se no relatório.

Ser consistente e introduzir as alterações de forma estruturada produz também muito mais benefícios. A pesquisa revela que as organizações que seguem uma gestão segundo procedimentos específicos obtiveram resultados de 52% na taxa de sucesso, em comparação com os 36% registados pelas empresas que trabalham na base do improviso.

Outra constatação do estudo da IBM demonstra que a comunicação entre a chefia e os colaboradores desempenha um papel fundamental: “72% dos líderes de projectos acreditam que o envolvimento dos colaboradores é crucial e 70% acreditam que a comunicação honesta e atempada é muito importante”.

Refira-se ainda que as organizações gastaram, em média, 11% do orçamento total em acções de mudança. No entanto, o top 20 dos projectos de sucesso gastaram, em média, apenas mais 2% que os restantes. O investimento foi, sobretudo, feito de forma mais estratégica. “Em vez de tentarem, simplesmente, resolver todos os problemas com dinheiro, as empresas investiram na construção de conhecimentos sobre a complexidade do projecto, gastando mais na construção de competências de mudança e no desenvolvimento de métodos, capacidades e ferramentas a longo prazo”, concluiu-se ainda.





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