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Médicos formados no avião

Médicos formados no avião

Dois pilotos da TAP e um cirugião transformaram um bloco operatório no cokpit de um avião.
23.11.2012 | Por Cátia Mateus


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De acordo com estatísticas internacionais, a probabilidade de morte devido a um evento adverso durante um ato cirúrgico é de um para mil, enquanto num acidente de viação a estatística é de um entre um milhão. Foi partindo desta teoria que a TAP e o hospitalCuf Porto se uniram numa missão de formação sui generis que transformou um bloco operatório no cockpit de um avião, reunindo mais de 100 profissionais de saúde. Costa Maia, medico cirurgião e um dos organizadores deste iniciativa garante que há mais semelhanças do que diferenças entre os dois mundos. Dois pilotos responsáveis pelo treino e formação da TAP Portugal e um cirurgião reuniram esta semana no bloco operatório do hospitalCuf Porto, uma centena de profissionais de saúde com o objetivo de “alertar a comunidade médica para a necessidade de adotar nas salas de operações as regras de segurança existentes na aviação, de modo a diminuir a percentagem de erros médicos e transformar a cirurgia num processo tão seguro como viajar de avião”, explica Armindo Martins, um dos comandantes da TAP envolvidos no projeto. Um paralelismo que o cirurgião Costa Maia também reconhece. “O ambiente num cockpit de avião é muito semelhante ao que é vivido numa sala de operações. Ambas as atividades são de alto risco e desenvolvidas por profissionais altamente qualificados que têm a vida das pessoas nas suas mãos”. Uma constatação que abriu as portas, segundo os organizadores, à realização de uma formação desta natureza, onde foi proporcionar aos participantes um treino qualificado em segurança, comparando as realidades vividas no interior de um avião e num bloco operatório e incentivando a prática mais frequente de uma cultura de segurança. Durante três horas, os participantes – médicos e enfermeiros - abordaram as bases comportamentais de uma cultura de segurança, seguindo o modelo aeronáutico de Crew Resource Management (CRM), criado em 1979 para minimizar as falhas humanas associadas ao acidentes aéreos, e adaptado ao meio cirúrgico. Entre os conceitos abordados destacam-se cultura de segurança, comunicação efetiva, objetivos do CRM, erro humano e erro organizacional, checklists e briefings, estilo de vida: stress e fadiga, vigilância situacional e carga de trabalho, processo de decisão, liderança e teamwork e gestão de conflitos. Segundo Costa Maia, esta formação já passou por outras unidades hospitalares e tudo indica que continue a capacitar os profissionais de saúde noutros eventos organizados em serviços e hospitais nacionais, assim existam solicitações. O cirurgião enfatiza ainda que “os blocos operatórios e os cockpits de aviões são ambos cenários em que profissionais altamente especializados, desenvolvem uma atividade de alto risco, num ambiente de grande complexidade tecnológica, com responsabilidade pela vida de outras pessoas. Ambas as actividades envolvem uma necessidade imperiosa de aderência a princípios de segurança que minimizem o erro humano e são desempenhadas por profissionais que partilham (cirurgiões e pilotos) características comuns de personalidade e capacidade de decisão” e adianta “as causas comportamentais de erro humano - problemas de comunicação interpessoal, fadiga, deficiente liderança e tomada de decisão - são comuns ao cockpit e à sala de operações”. Esta é uma actividade focada nas equipas cirúrgicas que se dirige, primariamente a todos os profissionais de saúde que contactam com o doente cirúrgico no bloco operatório como sejam anestesistas, enfermeiros, cirurgiões.


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