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Facebook, o pai dos novos negócios

Facebook, o pai dos novos negócios

À adversidade económica que afeta o país, os portugueses estão a responder com criatividade. O acesso ao mercado de trabalho está incerto e criar uma empresa num cenário de conjuntura adversa implica um risco que pode ser minimizado reduzindo, por exemplo, o nível do investimento inicial. Seja para equilibrar as contas ou para testar a viabilidade de um novo projeto empresarial, há cada vez mais portugueses a encontrarem no Facebook a montra ideal para mostrar e rentabilizar o seu talento.
23.11.2012 | Por Cátia Mateus


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Mão para a cozinha foi tudo quanto precisou Margareth Rodrigues Gomes para se lançar no mundo da doçaria. A brasileira, descendente de portugueses, chegou a Portugal há 20 anos e garante que nunca comeu cá um brigadeiro que soubesse aos do Brasil. Nunca, até começar a fazer os seus. A braços com uma situação de desemprego e a tentar perceber o que fazer da vida numa altura em que a conjuntura favorece muito poucos, Margareth Gomes deu o passo em frente. Gulosa por natureza, teve certeza de o futuro poderia ser doce quando os amigos, fãs incondicionais dos seus brigadeiros multicolores, lhe perguntaram porque não começava a vender. Em maio desde ano meteu as mãos na massa e deu forma à “Brigadeiros da Meg”, criando uma plataforma de venda a partir do Facebook. Receitas não dá, até porque o segredo é a alma do seu projeto. Mas garante que os seus brigadeiros são uma caixinha de surpresas, a cada dentada. Há os tradicionais, onde não falta a cereja no topo, mas também os há mais arrojados e gourmet. A Brigadeiros da Meg (em www.facebook.com/pages/Brigadeiros-da-Meg/279263695503131) tem brigadeiros de amendoim, de côco, de milho, de chocolate branco, de chocolate preto com raspas de chocolate branco, com gomas ou M&M ou os mais surpreendentes e, garante a empreendedora “muito apreciados pelos portugueses”, de pistáchio ou de cachaça. Satisfeita com a adesão que a sua marca está a ter junto do público, Margareth Gomes promete não ficar por aqui nos seus brigadeiros, até porque “há mais 300 receitas da minha avó que tenho de experimentar”. Desde que criou a página Brigadeiros da Meg no Facebook, a empreendedora não tem parado de dar resposta a novos desafios. Não consegue estimar um número fixo de brigadeiros que vende por mês, até porque o número é muito variável, mas esclarece que “já houve várias encomendas para lojas, festas de aniversário e inúmeras caixas para oferta”. Em números redondos acredita que vende uma média de mil brigadeiros por mês e até brinca “houve quem comprasse seus caixas para oferecer e comesse todos”. Margareth Gomes faz parte de uma nova geração de empreendedores que encontra no Facebook um aliado de peso na divulgação e comercialização dos seus produtos, mas as suas aspirações não se ficam por esta plataforma. Com a divulgação que alcançou, a empreendedora já conseguiu colocar os seus brigadeiros à venda na loja Le Bombon, em Lisboa, e na Boutique do Pão & Pão, em Albufeira. Assume como objetivo abrir a sua própria loja - a Brigaderia da Meg - e expandir a sua rede de distribuição pelo país todo. No fundo, o que quer mesmo é ser “a rainha dos brigadeiros” e está determinada e enfrentar qualquer crise. “Gosto de correr riscos, já mudei de país, de continente, de casa, de emprego. O que importa e o que determina o rumo das coisas é a vontade de fazer acontecer”. Rosa Lourenço partilha a mesma convicção. Formada em Design de Moda pelo IADE, Creative University, a designer tem procurado desbravar caminho e mostrar ao mercado a marca que constrói com o coração. A Today I Feel foi criada a partir de uma necessidade de Rosa Lourenço que precisou um dia de uma mala para uma ocasião específica e decidiu ser ela mesma a criar o que tinha em mente. Ganhou o vício e foi criando cada vez mais. Hoje são malas, anéis, fios, pregadeiras, adereços de cabelo e abrigos de lã que chegam ao público essencialmente via web, através da página que criou no Facebook, em www.facebook.com/pages/Today-I-Feel/209323482476. A designer utiliza esta plataforma desde 2009 e apesar da marca ter sido criada bem antes disso, não tem dúvidas em considerar que esta é a principal montra do seu trabalho. Ao contrário de Margareth Gomes, Rosa Lourenço tem mais dificuldade em quantificar vendas, mas confirma que “o Facebook tem trazido até mim muitas pessoas interessadas em conhecer o meu trabalho e tem também aberto algumas portas no que respeita a participação em eventos ligados ao design e mostras de artesanato”. Para já a designer está na fase de encontrar lojas onde possa comercializar os seus trabalhos, mas está sempre atenta à página da Today I Feel no Facebook. E no que respeita ao potencial desta plataforma em matéria de negócios, os números falam por si. Segundo um estudo da Marktest Consulting - “Os Portugueses e as Redes Sociais”, os portugueses gastam em média 88 minutos por dia em redes sociais como o Facebook, Twitter ou Windows Live. Em média, 46,2% dos portugueses acedem a uma destas plataformas várias vezes ao dia e os possuidores de conta no Facebook têm uma rede de 316 amigos. O estudo indica ainda que 61,5% dos indivíduos com perfil criado nas redes sociais segue, ou é fã, de empresas ou marcas, com o objetivo de ter acesso a informações, promoções ou realizar compras.


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