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Licenciados sem trabalho

O emprego está a aumentar, mas não para os licenciados.
22.09.2006


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Cátia Mateus


O número de desempregados inscritos nos Centros de Emprego está a diminuir, mas a tendência não se mantém quando se fala de licenciados. O desemprego entre os detentores de formação académica superior continua a crescer. Segundo dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), os desempregados inscritos nos centros de emprego diminuíram 6% no mês de Agosto, face a igual mês de 2005. Apesar desta quebra generalizada a quase todos os grupos etários, sexos e regiões do país, os licenciados desempregados em busca de emprego através do IEFP cresceram, à luz das estatísticas, 12,1%.

No final do mês de Agosto, eram 436.792 os desempregados inscritos nos centros de emprego do Continente e Regiões Autónomas, menos 28.096 do que no mesmo mês do ano passado. A procura do novo emprego constitui o principal motivo das inscrições, com 92,5% de casos registados.

Os dados do IEFP revelam também que as colocações efectuadas aumentaram 1,3% em termos anuais, mas desceram 4,2% quando comparadas com o mês de Julho.

A redução anual de desemprego, embora se fizesse sentir em ambos os géneros, foi mais acentuada nos homens (com um decréscimo de 8,5%) do que nas mulheres (onde se ficou pelos 4,2%). Por grupo etário, o número de inscrições decresceu tanto nos jovens como nos adultos, sendo que nos mais jovens a quebra foi de 11,9%.

Neste panorama algo optimista, as excepções são mesmo os licenciados e a Região Autónoma da Madeira, a única a registar uma subida (de 6,7%) no número de desempregados inscritos nos centros de emprego.

Por outro lado, segundo o IEFP, “com excepção dos que possuíam um nível de instrução superior, todos os níveis de habilitação escolar registavam menos desempregados do que há um ano, nomeadamente o 2º Ciclo do ensino básico, onde a redução foi mais acentuada (-10,9%)”.

Este panorama nacional parece ir de encontro às conclusões de um estudo recente — ‘A Velha Europa Vai Trabalhar: Crescentes Taxas de Emprego na União Europeia’ — dos economistas John Schmit e Dean Baker, do Centro norte-americano de Investigação em Política Económica. De acordo com o documento, “a taxa de emprego europeia aumentou e é já quase igual à norte-americana”.

A análise dos dois economistas considera a Europa dos 15, antes do último alargamento, e conclui que a diferença entre as taxas de emprego da Europa e dos EUA diminuiu dos cinco pontos percentuais registados em 2000 para 2 pontos percentuais, em 2005.





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