Maribela Freitas
O Grupo Louro Aeronaves e Serviços (LAS) está a apostar na formação de técnicos de aeronáutica. Só no ano passado formaram 200 quadros numa área em que existe grande procura e até 2010 espera abrir em Évora um escola que prepare 150 destes profissionais por ano.
Criada em 1995 para actuar na manutenção de linha de aeronaves, desde cedo que a LAS se apercebeu da carência de quadros nesta área. Nesta medida e além da preparação dos seus profissionais, a empresa começou a realizar acções de formação para outras empresas de manutenção aeronáutica e transporte aéreo. No início de 2007 constituiu a LAS formação, especializada na preparação de técnicos de aeronáutica.
“Existe uma grande necessidade destes técnicos que são pagos a peso de ouro”, comenta Luísa Caldeira, administradora do Grupo LAS. No ano passado a LAS formação, juntamente com a SLOT — uma consultora de recursos humanos do mesmo grupo — foram responsáveis respectivamente pela formação de 200 quadros de aeronáutica em 26 cursos e pelo recrutamento de 70 profissionais da aviação. Entre os clientes desta empresa incluem-se as OGMA, Hispano Lusitana Aviación, Stella Aviation Technics, European Aviation, Port Way, DHL e TNT.
Sendo que a formação é uma aposta deste grupo, estão a projectar a construção de um novo centro de formação aeronáutica em Évora, o qual se encontra em fase de licenciamento e a expectativa é para que venha a ficar operacional em 2010. Aqui vai existir um hangar de manutenção aeronáutica e quatro salas de formação, com capacidade para preparar 50 alunos em simultâneo. “O objectivo é formar 150 técnicos por ano para o mercado interno e também para o europeu”, explica Luísa Caldeira.
De acordo com dados da transportadora aérea Airbus, até 2026 o tráfego aéreo mundial crescerá 4,9% ao ano. Perante este crescimento o problema que se coloca nesta área é a falta de quadros e o tempo que leva a formar um técnico certificado de manutenção aeronáutica. Depois de um período de formação inicial que leva quase dois anos, demorará ainda mais três até ficar completamente operacional. Por outro lado e uma vez a exercer em pleno, receberá formação contínua e de refrescamento numa média anual de 100 a 200 horas.
O seu trabalho passa por, quando uma aeronave faz escala num aeroporto, fazer as inspecções necessárias para determinar se esta pode descolar em segurança ou necessita de ser reparada e nesse caso repará-la. Estes técnicos frequentam inicialmente cursos de formação básica e posteriormente de especialização em determinados tipos de aeronaves — a chamada formação tipo avião. Conhecimentos em matemática, física, electrónica e inglês, são fundamentais para seguir esta carreira.