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Investigadores precisam-se!

09.01.2004


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Ruben Eiras

A COMISSÃO Europeia prevê que até ao final da presente década serão criados cerca de 700.000 novos empregos na área de I&D no espaço da UE. Para colmatar a lacuna na oferta, uma das medidas preconizadas por aquele organismo europeu é terminar com o monopólio das universidades na produção de investigadores.


Com efeito, numa recente comunicação da Comissão sobre esta matéria, são expressas dúvidas sobre a capacidade do sistema universitário em satisfazer todas as necessidades na procura de investigadores, dado que o tecido industrial está a empregar profissionais desta área "sem graus de doutoramento, porque consideram os investigadores doutorados demasiado especializados".

Por isso, o documento sugere que a formação para a profissão de investigador seja alargada a uma maior diversidade de carreiras. Isto porque uma grande parte do esforço de I&D é cada vez mais desenvolvida por instituições "não-académicas", como empresas, organizações sem fins lucrativos e institutos privados de investigação, por exemplo.

Todavia, a Comissão frisa que operar esta mudança não será tarefa fácil, já que a maioria dos estudantes formados para investigadores são-no numa perspectiva de exercer a função somente "num ambiente académico".

Para inverter esta situação, a Comissão indica que os programas de doutoramento deverão conter elementos que aumentem a empregabilidade dos investigadores, ao incluir a formação em competências-chave (técnicas e metodologias de investigação) e as relacionadas com o mundo laboral, como a gestão de projectos de investigação, as capacidades de comunicação, o trabalho em equipa e as competências de "networking".

Aquele organismo sugere ainda que a reforma da formação de investigadores seja tratada no âmbito do Processo de Bolonha, o qual visa criar o Espaço Único para o Ensino Superior. Para a Comissão, esta medida é um factor crucial para o estabelecimento em 2010 de um Espaço Europeu de I&D.

Outro elemento essencial para a nova estrutura de formação de investigadores é a qualidade do supervisor do projecto. O documento da Comissão salienta que a qualidade do supervisor é variável e que em alguns países os candidatos a doutoramento não têm a possibilidade de mudar de supervisor sem descontinuar o seu projecto de investigação.

Para ultrapassar este obstáculo, a Comissão avança que deverá ser criado um comité específico que apoie e assista um candidato a doutoramento quando surgir a necessidade de mudar de supervisor.

Estágios na UE

A Comissão Europeia acabou de lançar um programa de estágios internacionais para fomentar a mobilidade de investigadores dentro do espaço da UE: o Marie Curie Actions.
As candidaturas estão abertas até Maio de 2004. Ao clicar em http://www.europa.eu.int/comm/research/fp6/mariecurie-actions/home_en.html, o cibernauta poderá aceder a toda informação sobre este programa e verificar a sua elegibilidade para o mesmo.

Bolsa de Emprego

Outra medida lançada pela UE para incentivar a mobilidade laboral dos profissionais de investigação no Velho Continente é uma bolsa de emprego especializada para esta área, que está disponível em http://europa.eu.int/eracareers/index_en.cfm.
O cibernauta pode encontrar oportunidades profissionais segmentadas por nível nacional e internacional, suportadas por financiamento comunitário e segundo a fase da carreira.





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